Goiano deportado dos EUA diz que passageiros passaram mal em voo: ‘Sufocados’
“Nós quase morremos sufocados porque não tinha ar condicionado, todo mundo começou a passar mal”

O goiano Wendel Lourenço foi um dos brasileiros deportados pelos Estados Unidos que pousou em território nacional na noite de sexta-feira (24). À TV Anhanguera, ele disse que o calor da aeronave fez com que passageiros passassem mal durante o voo.
Wendel chegou a Goiânia por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), na madrugada desta segunda-feira (27). “Nós quase morremos sufocados porque não tinha ar condicionado, todo mundo começou a passar mal”, disse ao veículo de comunicação. Ele também revelou que teve os pés e mãos algemados por autoridades dos Estados Unidos.
O goiano viveu por seis anos em Connecticut. Durante o período, ele trabalhava com instalação de pisos de madeira. Ele voltou para o Brasil em 2022, mas foi aos EUA em 2024 para visitar filhos e os netos, ocasião em que foi detido. Preso, ele ficou cinco meses e 15 dias preso antes de ser deportado.
Ao receber informações sobre as condições de tratamento aos imigrantes, o Ministério da Justiça e Segurança Pública criticou o desrespeito dos EUA, no sábado (25), além de enfatizar a dignidade humana como direito inegociável.
Sobre os deportados da última sexta-feira, o destino da aeronave era o aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, mas ela não seguiu até o destino em razão de problemas técnicos e precisou pousar em Manaus (AM). Apesar do período, os imigrantes deste primeiro voo não foram presos na gestão de Donald Trump.
Eles haviam sido retirados das ruas ainda na gestão do ex-presidente Joe Biden, que deixou o cargo na última segunda-feira (20). Esse é o segundo avião com deportados dos EUA que chega ao Brasil em 2025. O primeiro pousou no dia 10 de janeiro.
O avião pertence ao Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) norte-americano e trazia 158 deportados de diferentes nacionalidades, entre eles 88 brasileiros. Essa informação é extraoficial e foi dada por fontes do Itamaraty a veículos de comunicação, como o Metrópoles.
Voos com brasileiros deportados dos Estados Unidos ocorrem desde 2017, durante o governo Temer. Eles chegam ao Brasil uma ou duas vezes por mês, no máximo, sempre às sextas-feiras.
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