Indiano é suspeito pela morte de goiana no Japão
Suspeita é de que a mulher tenha sido dopada e deixada para morrer queimada

Com Inglid Martins
As autoridades suspeitam que um indiano com passagens pela polícia da Narita seja responsável pela morte de Amanda Borges Silva, 30 anos, no Japão. A informação foi repassada ao Mais Goiás por um primo dela, Thiago Borges, mas não há detalhes sobre a motivação.
Amanda foi encontrada morta em um apartamento próximo ao Aeroporto Internacional de Narita e tinha sinais de asfixia por fumaça. A suspeita é de que a mulher tenha sido dopada e deixada para morrer queimada. No local, alguns objetos pessoais dela foram levados. Segundo o primo, a goiana embarcaria de volta ao Brasil na manhã de quinta-feira (2), às 10h20, mas os familiares perdem contato.
Sobre o suspeito, a polícia trabalha com imagens de câmeras e outros registros, mas a investigação segue em sigilo. Porém, conforme Thiago, a mulher teria relatado uma situação estranha antes do desaparecimento. Em uma mensagem ao namorado, ela mencionou que estava com medo. “Ela disse que estava com um rapaz e que ele atendeu o telefone falando em língua indiana [hindi]. Até brincou dizendo: ‘Acho que ele está fazendo casinha para mim, kkk’. Mas, infelizmente, era casinha mesmo”, disse o primo.
Os pertences de Amanda, como celular, bolsa, joias e eletrônicos, desapareceram. Apenas uma bolsa foi deixada no local — e dentro dela havia documentos que ajudaram na identificação. “Talvez a pessoa não soubesse que os papéis estavam ali”, comentou Thiago.
Morte de Amanda
A família soube da morte durante a madrugada, por meio de uma chamada de vídeo feita por um delegado japonês. “Ele ligou e mostrou uma foto da Amanda para a gente reconhecer. Não mostraram o corpo, só a imagem dela e os documentos que estavam com ela”, afirmou Thiago. Uma característica física específica — um sinal de nascença — ajudou na identificação.
Amanda era natural de Caldas Novas, filha única, e morava em São Paulo com o companheiro há, pelo menos, dois anos. Ela havia viajado primeiro para a Coreia do Sul, onde, segundo a família, acompanhava um parente do namorado que havia passado por uma cirurgia. Depois seguiu para o Japão para assistir ao Grande Prêmio de Fórmula 1. “Ela era apaixonada por Fórmula 1. Foi realizar um sonho”, contou Thiago.
Sobre a despedida, a família optou por realizar a cremação do corpo no Japão. Segundo Thiago, os custos para o traslado do corpo ultrapassam as possibilidades familiares. “Só com 30% do valor, a gente já viu que não ia dar. Além disso, poderia demorar muito e correr o risco de nem podermos prestar as homenagens de corpo presente.”
Amanda era mestre em Letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e trabalhava em São Paulo. Após ser abandonada pelo pai aos três meses, ela foi criada apenas pela mãe, que, atualmente, mora em Goiânia e está amparada por familiares no interior. “A mãe dela está destruída. Ela era tudo que a Amanda tinha”, disse Thiago.
Autoridades locais em Goiás, incluindo a prefeitura da cidade onde vivem os parentes, estariam auxiliando com os trâmites para trazer as cinzas da jovem através Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty).