ENTREVISTA

Instrumentista de capoeira acredita que conferências culturais dão voz aos artistas

Além de Edson Segate, a mestra Geovana Castro também fala sobre a melhoria das condições culturais para a população

Yara Nunes, secretária de Estado da Cultura ao lado de Edson Segate, instrumentista (Foto divulgação).
Yara Nunes, secretária de Estado da Cultura ao lado de Edson Segate, instrumentista (Foto divulgação).

O instrumentista de capoeira Angola, Edson Segate Nunes, acredita que a possibilidade de debater, ouvir e ler em grupo durante as conferências de cultura possibilita a união da classe e edifica o futuro. “Essa é uma oportunidade de ter voz ativa e definir os caminhos para a realização de novos projetos”, considera.

Edson falou com o Mais Goiás durante a 4ª Conferência Estadual de Cultura de Goiás, que acontece entre os dias 4 e 5 de dezembro, em Goiânia. O músico também nota que o “Estado e os empresários estão identificando o valor comercial da cultura”.

O instrumentista de capoeira, que também trabalha como administrador e gestor do agronegócio, marcou a abertura da conferência ao tocar berimbau e levar a referência da cultura ancestral africana aos participantes. Antes da apresentação, ele falou sobre a musicalidade que caminha ao lado da ancestralidade. “As práticas culturais de raízes africanas são instrumentos de cura. Assim, é possível trazer uma verdadeira restauração ancestral no corpo, na mente, na alma e até na economia mundial”, completou.

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Políticas públicas

Para a mestra Geovana de Castro, que atua no grupo Coró de Pau, em Goiânia, a Conferência Estadual de Cultura de Goiás é importante para melhorar as condições das políticas públicas voltadas para o segmento. Segundo ela, mesmo que o governo ofereça esse tipo de evento, “é necessário que os artistas tenham curiosidade e entendam sobre política” para elevar o sucesso do setor.

De acordo com Geovana, esse tipo de evento pode dar voz aos fazedores de cultura de Goiás, mas ainda assim ela acredita que a participação artística é minoria. “Gostaria muito de ver mais a participação de artistas nas conferências. Queria ver mais Mestres da Cultura Popular envolvidos. Devemos nos engajar mais em entender as leis e saber como elas funcionam para poder lutar pessoalmente, através de nossas realidades”, completou a mestra.

Geovana finalizou informando que a melhoria das políticas públicas estaduais e nacionais resulta principalmente no ganho da população geral, que é quem consome a arte e a cultura.

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