Juiz nega habeas corpus a personal trainer que agrediu namorada

O juiz Jesseir Coelho de Alcântara negou, nesta terça-feira (17), um habeas corpus ao personal trainer Murilo de Morais Segurado. Ele está detido desde o último dia 28 de agosto acusado de agredir a então namorada numa praça do Residencial Eldorado, em Goiânia.

O advogado de Murilo, Max Leão, disse que, no momento, só vai se manifestar nos autos. O caso foi investigado pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). O inquérito, conduzido pela delegada Cássia Sertão, já foi revertido para o judiciário.

De acordo com a decisão, a defesa sustentou que o homem é réu primário, que ajuda a mãe no sustento da família e que cuida da irmã, com problemas de saúde. Além disso, consta no texto que “[Murilo] se compromete a não manter qualquer tipo de contato com a vítima e a família dela, e que ele, em liberdade, não ameaçará a ordem pública.”

Apesar disso, a Jutiça decidiu manter a prisão. A justificativa é que “a liberdade do requerente atenta contra a ordem pública e repercute de maneria danosa e prejudicial ao meio social.” O juiz entendeu que “deve-se preservar a integridade física e psicológica da vítima, o objetivo maior da Lei Maria da Penha […]”. Jesseir destacou parte do depoimento que a jovem deu na delegacia em que ela destacou sentir medo do namorado, pois ele teria duas armas. Além disso, consta na decisão que o homem já tinha passagens por injúria e ameaça cometidos contra outra mulher.

O advogado da vítima, Victor Hugo, alegou que a médica veterinária está se recuperando de uma cirurgia no braço esquerdo. Ela teve que colocar platina no membro. “Ela ficou cinco dias internada em decorrência da grave agressão que sofreu. Ela clama por Justiça. Estava saindo para a igreja e ela foi agredido justamente da pessoa que estava para proteger ela”, ressalta.

Relembre o caso que levou à decisão do juiz

O caso aconteceu  no último dia 28 de agosto no Residencial Eldorado. A médica veterinária ia para a igreja quando foi agredida. Imagens de câmeras de segurança obtidas com exclusividade pelo Mais Goiás mostram o momento em que a vítima foi atingida por diversos socos e chutes desferidos pelo personal trainer. Em determinado momento, ele bate a cabeça dela contra o chão por diversas vezes.

As agressões só acabaram com a chegada de um escrivão da Polícia Civil (PC). Ele contou ao portal que estava esperando a filha próximo ao local das agressões, quando ouviu um senhor pedir por socorro.

“O rapaz era grande e muito forte. Desci com a arma na mão e apontei para ele. Dei ordens para ele deitar no chão, se ajoelhar com as mãos na cabeça, porém ele não obedeceu. Ficava andando de um lado para outro. Eu passei a afastá-lo da moça para ele não a agredir mais. Quase atirei nele. E ele ainda gritava que eu podia atirar porque ele ia matar a moça”, narrou o policial.

Ainda de acordo com o agente de segurança, na delegacia, Murilo chegou a lhe agradecer por afastá-lo da mulher pois a intenção era matá-la.