INVESTIGAÇÃO

Justiça do Pará mantém preso PM goiano suspeito de tentar comprar uma criança

PM foi autuado por tráfico de pessoas

Polícia Militar de Goiás (Foto: Jucimar de Sousa)
Polícia Militar de Goiás (Foto: Jucimar de Sousa)

A Justiça do Pará decidiu manter preso o policial militar goiano detido por suspeita de tentar comprar uma criança no arquipélago do Marajó. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (4), após audiência de custódia. A esposa dele, que também foi detida, deverá cumprir prisão domiciliar monitorada em Goiás. O Ministério Público pediu a retirada da guarda da menina de 8 anos que estava com o casal no momento da prisão, conforme informou o delegado Hennison Jacob, responsável pela investigação.

Segundo o delegado, o policial identificado como Adedilco Alves Viana relatou que viajou ao Pará após fazer pesquisas sobre adoção na região. Ele afirmou que desejava adotar outra criança, mas, de acordo com Jacob, as buscas do homem no celular incluíam sites relacionados a adoção mediante pagamento. No telefone dele haviam pesquisas em sites de busca de crianças para adoção, e ele e a esposa pretendiam fazer tudo de forma irregular, com pagamento envolvido. O delegado afirma que a prática caracteriza tráfico de pessoas por envolver comercialização.

A investigação aponta que o casal fez sua primeira parada em Melgaço, onde o policial teria tentado negociar informalmente com moradores locais, sem sucesso. Na sequência, durante o trajeto de lancha para Portel, eles iniciaram conversa com um casal que também fazia a viagem. Nesse momento, falaram sobre crianças e sobre a possibilidade de adoção na região. O policial demonstrou interesse, conversou com o casal e trocou contatos.

Mais tarde, o policial entrou em contato novamente e perguntou se eles conheciam alguém que quisesse doar uma criança. Ele teria afirmado estar disposto a pagar para evitar o processo legal de adoção, que considerava demorado. Diante da proposta, o casal acionou a polícia.

Após o alerta, equipes da Polícia Civil mapearam hotéis da cidade e iniciaram diligências discretas. O casal foi encontrado negociando valores para concretizar a adoção ilegal. A prisão foi realizada com apoio da Polícia Militar. Inicialmente, o policial resistiu, mas acabou detido junto com a esposa.

A criança que acompanhava o casal foi entregue ao Conselho Tutelar. A defesa do militar não foi localizada. O espaço permanece aberto para manifestação.

A Polícia Militar de Goiás informou que o policial está afastado desde o dia 28 de novembro, aguardando sua transferência para a reserva. Em nota, a corporação afirmou colaborar com as autoridades e reforçou que não compactua com desvios de conduta de seus integrantes. Procedimentos administrativos serão instaurados para apurar responsabilidades.

Nota Polícia Militar de Goiás

“A Polícia Militar de Goiás informa que a Corregedoria está acompanhando o caso e esclarece que o militar envolvido encontra-se na condição de agregado e afastado de suas funções desde o dia 28 de novembro, aguardando a efetivação de sua passagem para a reserva.

A corporação afirma que colaborará integralmente com as autoridades responsáveis, cumprindo todas as decisões judiciais pertinentes.

A PMGO reforça que não compactua com qualquer desvio de conduta por parte de seus integrantes. Os procedimentos administrativos disciplinares serão instaurados para apurar todas as circunstâncias e responsabilidades relacionadas ao fato.”

Assessoria de Comunicação Social – 5ª Seção do Estado-Maior Estratégico (PMGO)