Justiça expede alvará de soltura de suspeito inocentado no caso Amélia
Expectativa é que homem seja liberado a qualquer momento

A Justiça expediu alvará de soltura para o pedreiro de 47 anos, que foi descartado como suspeito pela Polícia Civil no caso Amélia Vitória, de 14 anos, que desapareceu na última quinta-feira (30) e teve o corpo encontrado no sábado (2), em Aparecida de Goiânia. Ele ainda não foi liberado, mas está detido desde sábado.
“Na confluência do exposto, à luz dos fundamentos já exposados em audiência, (…) revogo a prisão preventiva e, por consequência, concedo liberdade provisória ao flagrado (…), sem fiança”, diz trecho da decisão do magistrado Leonardo Naciff Bezerra. Apesar disso, o alvará de soltura teve como condições:
- Proibição de se aproximar a menos de 300 metros dos familiares da vítima;
- Proibição de ausentar-se da Comarca, sem autorização, porquanto necessária para a investigação criminal;
- Juntada, em 5 dias, do comprovante atualizado de endereço.
A expectativa de Paulo Castro, advogado do pedreiro, é que ele seja liberado a qualquer momento. “Procedimento é criterioso. A qualquer momento, mas não costuma ser rápido”, explica. Vale lembrar, após a prisão, o homem teve o carro e o celular apreendidos. A casa dele foi incendiada por populares. O jurista diz que a família perdeu tudo.
“A família perdeu tudo. A esposa e filhos estão morando de favor em casa de amigos e parentes. Perderam todos os pertences pessoais, itens básicos para sua manutenção, eletrodomésticos, roupas. Em resumo, o incêndio, para além da casa e os bens, arruinou a vida de uma família, a vida de um inocente”, revelou.
Caso Amélia
Janildo da Silva Magalhães, de 38 anos, foi apontado pela Polícia Civil como autor. Ele teria carregado a vítima por 6 km desde o rapto. As informações também foram divulgadas em coletiva, na terça-feira (5). O acusado foi preso na segunda (4).
Durante a coletiva, os delegados Eduardo Rodovalho (GIH de Aparecida de Goiânia) e André Botesini (Regional de Aparecida de Goiânia/2ª DRP) destacaram que o acusado abordou de bicicleta a vítima na quinta-feira e a violentou pela primeira vez em um matagal. Depois, ele andou mais de 6 km e ficou em um imóvel abandonado com ela, onde teria cometido abusos durante a noite.
Em seguida, já na sexta-feira, ele a matou por asfixia e voltou para a casa, pela manhã. Depois do primeiro abuso, ele teria levado a vítima na bicicleta, da Rua Sapucaia até a Rua Javaí, no Parque Atalaia, onde fica o imóvel abandonado.
As autoridades suspeitam que o homem tenha utilizado uma faca para ameaçar a vítima. Quando retornou para casa, ele pintou a bicicleta. Ele teria decidido levar o corpo para o local onde o mesmo foi encontrado, no sábado, após a mãe e irmã dele ficarem compadecidas.
Ainda segundo a Polícia Civil, a identificação foi possível graças a coleta de material genético das partes íntimas da vítima – trabalho realizado de forma célere pela Polícia Técnico-Científica. O resultado foi recebido na segunda-feira (4), coincidindo com um caso de 2017, em Rio Verde. Desta forma, o homem foi identificado como residente de Aparecida. Mãe e irmã revelaram que estavam desconfiadas com o comportamento do indivíduo. Aos agentes, ele negou e criou uma “história fantasiosa”.
De acordo com a corporação, Janildo responderá pelos crimes de estupro e homicídio qualificado. No momento, não há informações da participação de outra pessoa no crime.
Resumo
Amélia Vitória ficou desaparecida por três dias após sair de casa para buscar o irmão na escola, na quinta-feira. O corpo dela foi encontrado no último sábado em uma calçada no Parque Hayalla, em Aparecida de Goiânia. A vítima foi localizada por equipes da GCM, na Rua Hematita.