Operação Torre Vigia

Laboratório de análises clínicas é alvo de operação da PC contra sonegação fiscal, em Goiânia

Um dos maiores laboratórios de análises clínicas do país são alvo da Operação Torre Vigia,…

Um dos maiores laboratórios de análises clínicas do país são alvo da Operação Torre Vigia, deflagrada nesta terça-feira (16) pela Delegacia de Repressão a Crimes contra a Ordem Tributária (DOT), em conjunto com a Secretária Municipal de Finanças. O objetivo  é o combate à sonegação fiscal em Goiânia.

De acordo com o titular da DOT, Marcelo Aires, a empresa é investigada há seis meses, após a pasta municipal ter dificuldade de acesso aos documentos de faturamento e finanças. O laboratório estaria há cinco anos sem fazer o pagamento do Imposto Sobre Serviço (ISS). Estima-se que o prejuízo seja de R$ 3 milhões aos cofres públicos.

“São tributos que deveriam ser recolhidos aos cofres públicos e são exatamente com esses recursos que os municípios, o Estado e a União têm condições de garantir os direitos básicos de saúde, segurança e educação. Então, a sonegação fiscal é um crime que deve ser combatido porque afeta a vida de toda população”, explica o delegado.

Nesta terça-feira estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em sedes dos laboratórios, em Goiânia, e na sede administrativa, em Aparecida. Marcelo destaca que a empresa chegou a ser notificava duas vezes, mas  não apresentou os documentos fiscais. Foi alegado que, como as análises eram feitas em Aparecida, os tributos deveriam ser pagos a este município.

“Porém, ao procuramos a secretária [de finanças] de Aparecida, fomos surpreendidos em saber que o laboratório já havia sido notificado e apresentado a justificativa que realizava os pagamentos abaixo devido às quantidades de análises que eram feitas lá”, destaca Marcelo.

O delegado explica que os sócios-proprietários do laboratório têm até a confecção da denúncia para o pagamento dos valores reajustados. Se realizado, eles ficam isento da punibilidade, ou seja, não respondem pelo crime de sonegação fiscal.

Após publicação da matéria, o laboratório Atalaia entrou em contato com o Mais Goiás. Segundo a empresa, eles receberam a decisão do juiz com “surpresa e indignação”. Confira a nota completa:

O Atalaia recebeu com surpresa e indignação a decisão do juízo da 6ª Vara Criminal da Comarca de Goiânia – GO. A empresa considera a ação desprovida de fundamento jurídico e extremada, já que tem quitados e em dia, seus recolhimentos de ISS e outros tributos junto ao município de Aparecida de Goiânia, onde mantém o Núcleo Técnico Operacional que processa seus exames. A ação trata, portanto, de uma divergência de entendimento do local devido de recolhimento de contribuição fiscal, estando o laboratório em plena regularidade com todas as suas contribuições fiscais.

O Atalaia informa, ainda, que mantém conduta ética e lícita e que está à disposição das autoridades para a solução da questão

Fisco em Ação

O programa municipal foi o responsável para o início da operação. De acordo com o superintendente de Análise Tributária, Lucas Morais, há um levantamento sobre a sonegação em todas as categorias de serviços como hotéis, academias e vários outros prestadores. A expectativa é que, neste ano, os cofres públicos recuperem R$ 130 milhões de impostos que não foram pagos. Destes, R$ 20 milhões são de laboratórios clínicos.

“Ele [programa] tem por base a inteligência fiscal do Município e trabalha cruzando dados e mapeando a sonegação fiscal em Goiânia. Por exemplo, em alguns setores, têm sonegação que chega a 90%. Então a ideia é coibir essa sonegação em todos esses setores e a operação de hoje é uma das que serão feitas ao longo desse ano”, conta.

Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão (Foto: Divulgação/PC)

(Foto: Divulgação/PC)

(Foto: Divulgação/PC)