Lentidão da Justiça angustia família de mulher morta pelo ex em Itaguari: ‘dessa vez vai?’
Mulher que teria sido morta pelo ex-namorado é Sandra Gonçalves Nunes. Ela foi baleada enquanto dormia ao lado da filha
Os sucessivos adiamentos do júri que vai decidir o destino de Juliano José Rodrigues Martins causam angústia na família de Sandra Gonçalves Nunes, a mulher que teria sido assassinada por ele enquanto dormia ao lado da filha, no dia 22 de outubro de 2022, em Itaguari. Juliano e Sandra haviam sido namorados. “Depois de quase três anos, a família vive nessa angústia. Várias vezes o julgamento foi marcado e adiado. Será que dessa vez vai acontecer?”, questiona Danilio Gonçalves, irmão da vítima, em entrevista ao Mais Goiás.
Sandra foi morta a tiros e o autor dos disparos não se importou com o fato de, ao lado, estar uma criança de seis anos. O inquérito produzido pela Polícia Civil sustenta que o crime foi premeditado. Juliano, que não aceitava o fim do relacionamento de 14 anos, estava bebendo com um amigo, identificado como Y.C.S., que é policial penal. Juliano ofereceu um barracão de propriedade dele para o agente descansar. Aproveitando-se de um momento em que o policial tomava banho, Juliano furtou o revólver do amigo, trancou-o e pegou as chaves do carro dele. Em seguida, dirigiu-se à residência da ex-companheira.
Conforme o delegado, Juliano entrou na casa por um portão do qual ainda tinha as chaves, pulou uma janela e efetuou vários disparos contra Sandra, que dormia. A filha do casal estava ao lado da mãe, mas não foi atingida. O irmão da vítima também estava na residência no momento do crime.
Após o assassinato, Juliano fugiu para a cidade vizinha de Itaberaí, onde se entregou no batalhão da Polícia Militar e confessou o crime. A arma foi apreendida. Sandra foi atingida por pelo menos três tiros, foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
A motivação do crime, segundo as investigações, foi uma suposta traição que a família da vítima nega.
Adiamentos
Para angústia da família de Sandra, o júri já foi adiado duas vezes. Inicialmente, a sessão estava marcada para acontecer no dia 18 de fevereiro de 2025, mas ela não aconteceu porque uma jurada, Rosângela Rodrigues da Costa Santos, antecipou seu voto durante a sessão, o que violou as regras do Tribunal do Júri. O conselho de sentença foi dissolvido e a jurada foi multada em um salário-mínimo.
O júri foi remarcado para 21 de março de 2025, mas precisou outra vez ser cancelado devido ao início das obras no Fórum da Comarca de Taquaral.
Leia também: