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Lixão de Padre Bernardo: 35% do lixo que desmoronou já foi removido

Desmoronamento no lixão de Padre Bernardo aconteceu no dia 18 de agosto; princípio foi marcado por inação dos donos do empreendimento

Lixão de Padre Bernardo: 35% do lixo que desmoronou já foi removido (Foto: Divulgação)
Lixão de Padre Bernardo: 35% do lixo que desmoronou já foi removido (Foto: Divulgação)

Mais de 35% dos 42 mil metros cúbicos de lixo que desmoronaram sobre o córrego Santa Bárbara, no município de Padre Bernardo, já foram removidos da grota por onde o curso hídrico passa. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (22) pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). A meta é a de que o serviço seja concluído até o dia 15 de setembro, em razão do início do período chuvoso em Goiás.

O serviço está sendo realizado com máquinas disponibilizadas pela empresa Ouro Verde, dona do lixão, tanto a partir de contratos de locação, quanto a partir do próprio patrimônio. São 13 caminhões e quatro retroescavadeiras. Já foram realizadas mais de 980 viagens. O lixo está sendo disposto em uma célula que foi impermeabilizada e preparada dentro da mesmo imóvel.

Está sendo escavada uma sexta lagoa de chorume, que vai contribuir para diminuir a sobrecarga existente sobre as outras cinco lagoas e permitir reparos nelas. Depois de feita a escavação, ela será impermeabilizada. Por fim, segue acontecendo o trabalho de monitoramento de qualidade da água do Santa Bárbara, com resultados que ainda mostram presença de metais pesados e outros poluentes.

Entenda o caso

O desmoronamento da pilha de resíduos no lixão da empresa Ouro Verde aconteceu durante a manhã do dia 18 de junho de 2025. Funcionários relataram ter percebido horas antes da instabilidade do talude, o que deu-lhes tempo de se afastar e, por isso, não houve feridos. O Estado só soube do ocorrido pela imprensa, porque a Ouro Verde não comunicou a Semad.

As primeiras semanas depois da tragédia foram marcadas pela inação dos proprietários do lixão e pela ausência de ações mitigadoras do dano causado. Semad, bombeiros, Defesa Civil, ICMBio e prefeitura de Padre Bernardo se mobilizaram para tomar as primeiras providências enquanto pressionavam a Ouro Verde a se mexer. A Semad aplicou multa de R4 37,5 milhões e obteve na Justiça o bloqueio de bens.

Por fim no dia 11 de julho, a empresa aceitou assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) se comprometendo com ações e prazos a serem respeitados dali em diante. Uma dessas ações é a de recolher todo o lixo que desmoronou sobre o córrego até o dia 15 de setembro de 2025.

O lixão não tinha licença ambiental para existir. Ele operava graças a decisões liminares concedidas pela Justiça Federal e pela Estadual, que ignoraram pareceres técnicos insistentemente divulgados pela Semad e os apelos do Ministério Público (tanto o Estadual, quanto o Federal).

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