Mais de 1,6 mil motoristas foram multados por estacionar em paradas de ônibus na Grande Goiânia
Apesar da nova sinalização em mais de 2,7 mil paradas, comportamento irregular compromete segurança e fluidez do transporte coletivo
Somente em 2025, 1.657 motoristas foram multados por estacionar irregularmente em pontos de ônibus da Região Metropolitana de Goiânia, de acordo com dados da Secretaria de Engenharia de Trânsito (SET). A infração, prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), gera multa de R$ 130,16, quatro pontos na CNH e remoção do veículo.
O bloqueio desses pontos, situados em locais estratégicos da cidade, causa transtornos e coloca em risco passageiros que dependem diariamente do transporte coletivo, já que os ônibus são obrigados a parar afastados do meio-fio ou até mesmo em fila dupla.
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Ao Mais Goiás, a Secretaria de Trânsito informou também, que, desde fevereiro de 2024, 2.707 pontos de ônibus da Região Metropolitana receberam faixas amarelas de 10 metros pintadas no asfalto, delimitando o espaço exclusivo para embarque e desembarque. A medida busca garantir acessibilidade, segurança e fluidez no trânsito.
Apesar disso, a ocorrência de estacionamentos irregulares ainda é frequente, o que tem exigido o reforço da fiscalização pela SET. De acordo com o motorista de transporte coletivo Adriano Pereira Bastos, a rotina de trabalho é afetada sempre que o ponto de parada está bloqueado. “Quando precisamos parar na via, motociclistas e ciclistas acabam passando muito perto do ônibus, o que gera um risco para os usuários”, diz.
Em outro trecho, ele complementa que o sentimento é de insegurança constante. “Nunca sabemos como os outros veículos vão reagir, e tudo isso atrapalha também a fluidez da operação. Nosso trabalho é transportar com segurança, mas sem o respeito à sinalização e à faixa destinada ao ônibus, fica difícil garantir o embarque tranquilo da população”, comenta.
A aposentada Maria de Lourdes Ferreira, usuária frequente da linha 035 (Terminal Garavelo/Terminal Paulo Garcia), destaca os perigos para quem tem mobilidade reduzida. “Eu ando com dificuldade nas pernas, então preciso que o ônibus encoste direitinho no ponto para subir com segurança. Quando param longe da calçada porque tem carro parado na frente, a gente tem que dar um jeito”.
A imprudência não afeta apenas idosos e pessoas com deficiência. O estudante Gabriel Silva, de 29 anos, conta que já presenciou situações de risco em pontos de ônibus lotados. “Às vezes o ônibus não consegue encostar no ponto e a gente tem que correr para embarcar no meio da rua, entre os carros. É perigoso demais”.
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Ele completa dizendo que por pouco não testemunhou acidentes em situações como essa. “Já vi gente tropeçando ou quase sendo atingida por moto. Tudo porque algum motorista estacionou em frente ao ponto. “Falta consciência, porque quem faz isso não imagina o risco que causa para quem está tentando ir pra aula ou pro trabalho.”
Mais fiscalização
A Secretaria de Engenharia de Trânsito informou que vai intensificar a fiscalização nos pontos de ônibus da região. Além das autuações, estão previstas ações educativas em parceria com órgãos de transporte e mobilidade urbana.