Membros de família tradicional de Goiânia criam pirâmide e dão golpe de R$ 6,5 milhões
Justiça autorizou o bloqueio de bens dos investigados
Membros de uma família tradicional de Goiânia, com o apoio de uma sócia, organizaram um esquema de pirâmide financeira que causou prejuízos de R$ 6,5 milhões às vítimas. Durante anos, o grupo utilizou seu prestígio social para atrair investidores com falsas promessas de rendimento. A fraude foi desarticulada nesta quinta-feira (2), em operação da Polícia Civil (PCGO) que cumpriu mandados de busca e apreensão em cinco endereços.
Segundo a PC, os suspeitos ofereciam falsos investimentos, prometendo lucros mensais que nunca se concretizavam. Inicialmente, eles realizavam pagamentos de “dividendos” para dar aparência de legitimidade ao negócio.
A estratégia consistia em convencer as vítimas a reinvestirem os lucros obtidos. Quando solicitavam o resgate total do capital, o grupo apresentava desculpas e obstáculos, sem jamais devolver o dinheiro.
De acordo com o delegado Alex Rodrigues, responsável pela investigação, as vítimas tinham idades variadas, incluindo pessoas idosas, e pertenciam a diferentes classes sociais, embora algumas tenham sofrido prejuízos milionários. Todas acreditavam estar investindo em aplicações financeiras legítimas, inclusive na Bolsa de Valores americana, com expectativa de obter boa rentabilidade.

Vítimas indicavam os golpistas para outras pessoas
Segundo o delegado, “algumas vítimas já mantinham relacionamento de longa data com parte dos investigados”. Rodrigues explicou ainda que essa relação, somada ao fato de os suspeitos pertencerem a uma classe social elevada e de um deles se apresentar como profissional formado em economia e investimentos, favoreceu a criação de um ambiente de confiança.
Em consequência, muitas vítimas passaram a indicar outras pessoas ao grupo, que também realizaram aportes financeiros e sofreram prejuízos. “Percebeu-se que, em um primeiro momento, vítimas e investigados se conectavam tanto por relações pré-existentes quanto por indicações. Parte das vítimas, acreditando estar realizando bons negócios, acabou apresentando novas pessoas ao grupo, que também tiveram perdas financeiras”, detalhou o delegado ao Mais Goiás.
A Justiça autorizou o bloqueio de bens e valores dos investigados, além da quebra dos sigilos bancário e de comunicação. Durante as buscas nos endereços do grupo, foram apreendidos documentos, celulares, computadores e dinheiro, que passarão por perícia e análise.
LEIA TAMBÉM: