"Necessidade de mentir"

Morte de doente que comprou plano de saúde inexistente levou PC a prender golpista

A morte de um homem de 53 anos que desesperado por consulta médica, após sofrer…

Suspeito confessou os crimes e afirmou sentir, desde a infância, uma necessidade incontrolável de mentir
Suspeito confessou os crimes e afirmou sentir, desde a infância, uma necessidade incontrolável de mentir

A morte de um homem de 53 anos que desesperado por consulta médica, após sofrer um infarto, pagou pela cobertura de um plano de saúde inexistente, foi o que levou a Polícia Civil (PC) a identificar e prender um suspeito de praticar vários golpes em Goiânia. Marlos Luz da Silva Júnior, de 26 anos, segundo as investigações, também estaria cobrando por supostas vagas em cargos comissionados na Secretaria da Segurança Pública (SSP) de Goiás.

De acordo com denúncia feita por familiares de um aposentado que morreu em maio passado, Marlos vendeu ao doente uma cota falsa de plano de saúde. Por R$ 300, o contrato daria direito a consultas e exames sem custo em várias clínicas de Goiânia. “A família foi abordada em um momento muito difícil e só aceitou porque o Marlos garantiu que os exames poderiam ser feitos imediatamente. Só que ele ficou enrolando eles durante nove dias, e, nesse período, o homem, que já tinha tido um infarto acabou morrendo, visto que não conseguiu atendimento pela rede pública”, relatou o delegado Cássio Arantes.

No decorrer das investigações, a corporação identificou pelo menos mais três vítimas que também pagaram pelo suposto plano de saúde. Além disso, os policiais descobriram que Marlos Luz estava cobrando R$ 1 mil de pessoas interessadas em conseguir um cargo comissionado no Governo de Goiás.

“Ele também mentia que era filiado a um partido político que tinha 43 cargos à disposição na máquina estadual com salário de R$ 4 mil, mas falava que os interessados precisariam investir tempo e dinheiro em um curso de Gestão Pública, ocasião em que cobrava altos valores por um suposto diploma e pelos outros documentos necessários para a nomeação”, pontuou o delegado.

No caso dos cargos em comissão, a Polícia Civil também já ouviu uma vítima do golpista, mas a suspeita é que ele tenha enganado outras pessoas não só em Goiânia, mas também em Aparecida de Goiânia. Ao ser interrogado, Marlos, que teve sua prisão preventiva decretada, e responderá inicialmente por cinco estelionatos, confessou os golpes e alegou que desde criança, sempre teve uma necessidade incontrolável de mentir.