Onça-parda e filhote são vistos próximos de residencial em Goiânia; vídeo

2Um advogado, de 32 anos, teve seu sono perturbado às 2h da madrugada de domingo (19). Gustavo Marques, que mora em um condomínio situado nas proximidades do Parque Ecológico Altamiro de Moura Pacheco, na saída de Goiânia para Nerópolis, ouviu passos no mato aos fundos da residência. Quando ligou os refletores e saiu, armado, para averiguar a situação, descobriu que o barulho era provocado por uma dupla de onças-pardas, provavelmente mãe e filhote. Os animais, sob risco de extinção, também se assustaram e partiram em retirada rumo à mata. Parte da movimentação foi registrada por câmeras de segurança.

“Acordei com barulho no mato e já levantei para ver o que era. Liguei os refletores, saí com minha noiva, Jacquelline Mendes, e conseguimos ver a maior das onças, que já estava correndo de volta para a mata. Os cachorros ficaram nervosos, mas aqui estamos protegidos pelo muro, em segurança”, afirmou o advogado.

Para ter certeza do que tinha acabado de presenciar, eles voltaram para casa e foram checar as câmeras. “Percebi pelas imagens que ela estava com o que parecia um filhote. Mas a mãe era imensa, duas vezes maior que meus cachorros que são adultos e da raça Pastor Alemão”, lembra. Depois do caso, o advogado afirma que caminhou na região em busca de pegadas ou sinais dos animais, “que desapareceram”.

Ele afirma que, ao perceber que a movimentação era de felinos, não teve medo. “Vivemos protegidos aqui, elas estão no habitat delas. Sou à favor da natureza então nem cheguei a cogitar fazer qualquer coisa contra os animais. Depois que elas estiveram aqui, já fui na beira do rio [Ribeirão João Leite] para dar uma olhada nos arredores, mas não vi nas e também não senti medo”.

Visitantes exóticos

Por estar situado nas imediações de um parque, o condomínio já registrou presença de outros visitantes silvestres. “Parte do condomínio é aberta e parte é fechada. Aqui já tivemos visitas de macacos e até de um tamanduá bandeira bem grande, que andou pelas ruas do residencial”, destaca.

Cuidados e comportamento

O capitão do Comando de Polícia Ambiental Clayton Martins, comentou o caso. Segundo ele, é comum que animais silvestres perambulem pela região, já que no Parque Ecológico, a vida silvestre é vasta. “É natural que animais se aproximem dos residenciais. Onça, principalmente, é um animal ativo, precisa de um perímetro de 50 km² para viver e caçar. É importante ressaltar que embora os animais assustem pelo tamanho, raramente oferecem riscos a humanos, o índice de ataques desses animais ao homem é baixíssimo. Só atacam quando se sentem ameaçadas”.

Segundo ele, as imagens não deixam dúvida de que a espécie do felino é mesmo a Onça-Parda, conhecida também como Puma ou Sussuarana. “É um animal esperto, ágil e geralmente procura não se expor a riscos. Quando o morador acende a luz e os cachorros latem, é possível ver eque ela resolve embora. Então, nem chegou a ser uma ameaça”, lembra.