CRISE

Pacientes e funcionários denunciam falta de medicamentos e estrutura no CAPS de Goiânia

Plantonistas dizem não receber vale-refeição há sete meses

Entrada do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da região Noroeste (Foto: Reprodução/MPGO)

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da região Noroeste de Goiânia enfrenta uma crise por falta de medicamentos essenciais para o tratamento de diversos transtornos mentais, conforme relatos de pacientes e confirmações de funcionários. Com uma demanda que atende cerca de 2 mil pessoas por mês, a unidade oferece suporte aqueles com problemas psicológicos, além de dependentes de álcool e drogas.

Os profissionais que atuam no local, em número reduzido – apenas 10 funcionários –, têm reclamado da sobrecarga de trabalho. Além da escassez de pessoal, os trabalhadores também enfrentam dificuldades adicionais: há sete meses, os plantonistas não recebem vale-refeição e a linha telefônica está cortada, dificultando a comunicação com outras unidades e serviços essenciais.

Um dos pacientes, que preferiu não se identificar, relatou que as crises de ansiedade se intensificaram depois que ele não conseguiu mais o medicamento. A falta de itens como diazepam, utilizado para tratar a ansiedade, e zolpidem, indicado para insônia, entre outros medicamentos para depressão e condições como bipolaridade e esquizofrenia, tem gerado preocupação. Funcionários afirmam que a ausência desses remédios pode levar os pacientes a surtos a qualquer momento.

Atualmente, o CAPS abriga 13 internos que necessitam de atenção constante, mas com uma equipe mínima, os profissionais têm se revezado em funções. Terapeutas e psicólogos, por exemplo, trabalham em esquema de rodízio para atender às demandas do balcão da entrada da unidade. Além disso, equipamentos de ginástica que poderiam auxiliar no tratamento dos pacientes estão fora de uso por falta de manutenção.

Em nota, a Secretaria de Saúde de Goiânia informou que está já solicitou a compra emergencial de medicamentos e insumos. Assim que as entregas forem feitas pelos fornecedores, eles serão distribuídos para as unidades de saúde. A pasta assegurou que quando um medicamento específico está em falta, outro da mesma classe é fornecido para garantir a continuidade do tratamento.

Sobre o corte na linha telefônica, a secretaria explicou que isso ocorreu devido à falta de pagamento por seis meses no ano passado, mas afirmou estar renegociando a dívida e buscando alternativas para melhorar o contato com os centros de saúde. Em relação à equipe do CAPS, a secretaria garantiu que possui toda a estrutura prevista no regimento do Ministério da Saúde.