Operação Isfet 2

PF mira grupo que se passava por policiais federais para extorquir criminosos em Goiás

Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de prisão nas cidades de Goiânia, Goianira, Trindade e também em Campo Grande

Imagem mostra policial federal durante cumprimento de mandado de busca e apreensão
Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de prisão temporária nas cidades de Goiânia, Goianira, Trindade e também em Campo Grande (Foto: Divulgação/PF)

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (11/11), a Operação Isfet 2, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso que se apresentava falsamente como agentes da corporação. O grupo extorquia criminosos, sob promessa de falsa ‘imunidade’ em investigações da PF. As ações se concentraram principalmente em Goiás, onde o esquema era articulado.

Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de prisão temporária nas cidades de Goiânia, Goianira, Trindade e também em Campo Grande (MS). “No mundo do crime, não é uma novidade pessoas se apresentarem como policiais. Agora, pessoas se apresentando como policiais para abordar criminosos é algo que estamos vendo pela primeira vez”, considerou o delegado responsável pelo caso, Murilo de Oliveira.

SAIBA MAIS:

As investigações começaram em março deste ano, após denúncia sobre negociações entre criminosos e pessoas policiais federais. Segundo o delegado, a situação foi apresentada à PF pelo advogado de um dos extorquidos.

“Ele encaminhou para nós a possibilidade de policiais estarem envolvidos. Até então não sabíamos que se tratavam de falsos policiais. Então fizemos uma investigação dedicada a refutar essa hipótese e acabamos descobrindo que, na verdade, se tratava de um grupo que se apresentava falsamente”, disse.

Estratégia

Esse grupo usava a estrutura e a imagem da PF para extorquir integrantes de facções e traficantes de drogas já condenados pela Justiça, oferecendo uma falsa proteção em supostas investigações. Segundo a apuração, as reuniões entre os falsos agentes e os criminosos eram realizadas nas proximidades da Superintendência Regional da Polícia Federal em Goiás, o que dava aparência de legitimidade às conversas.

Nesses encontros, os criminosos exigiam pagamentos em troca de proteção ou do encerramento de investigações fictícias. Os principais executores desse grupo, segundo o delegado, estão em Goiás. “Mas mentores e intermediários encontram-se em outros estados também. Inclusive, esse grupo chegou a viajar para acompanhar familiares dos extorquidas em outras cidades do país, como é o caso de Campo Grande”.

VEJA TAMBÉM:

A Operação Isfet 2 é uma continuação da primeira fase das investigações e busca atingir todos os envolvidos na estrutura do grupo, desde os responsáveis pela escolha dos alvos até aqueles que participavam diretamente das extorsões.