CRIME AMBIENTAL

Polícia autua quatro proprietários rurais que drenavam lagoas naturais e brejos em Goiás

Quatro donos de propriedades rurais foram indiciados pela Polícia Civil após serem flagrados drenando lagoas…

Polícia autua quatro proprietários rurais que drenavam lagoas naturais e brejos em Goiás (Foto: Polícia Civil)
Polícia autua quatro proprietários rurais que drenavam lagoas naturais e brejos em Goiás (Foto: Polícia Civil)

Quatro donos de propriedades rurais foram indiciados pela Polícia Civil após serem flagrados drenando lagoas naturais e brejos em Áreas de Preservação Permanente (APP). De acordo com a Delegacia de Defesa do Meio Ambiente (Dema), as intervenções irregulares detectadas apresentavam sérias ameaças a quatro importantes rios de Goiás.

Em Paraúna, os agentes da Dema encontraram um dreno que havia secado uma lagoa natural que abastece o Rio Turvo. No local, o dono da propriedade já se preparava para iniciar o plantio de cana de açúcar.

Na região sudoeste do estado, em Jataí, um produtor rural de uma grande propriedade foi flagrado no exato momento em que, com máquinas, estava desmatando, e construindo drenos em brejos que ficam às margens do Rio Paraíso. As máquinas foram apreendidas, e, em comum acordo, o dono da propriedade, que pretendia construir uma grande pastagem no local, sanou o dano em apenas três dias.

Outra drenagem irregular foi detectada em uma propriedade que fica às margens do rio Meia Ponte, em Brazabrantes, perto de Inhumas. Quando interpelado pelos policiais, o proprietário afirmou que havia feito a intervenção para extrair argila.

Às margens do Rio das Almas, em Rialma, a equipe da Dema também flagrou o momento em funcionários do dono de uma propriedade drenavam alguns brejos. Quando interpelado, ele afirmou que pretendia apenas retirar argila do local. A polícia, porém, obteve a informação que a pretensão dele era construir um loteamento no local.

Não tivessem sido detectados pela polícia, danos seriam irreversíveis, afirma delegado

Para o titular da Dema, delegado Luziano de Carvalho, tão importante quando identificar e indiciar pessoas que cometem crimes contra o meio ambiente, é detectar as irregularidades no início. “Quando você seca uma lagoa ou um brejo, você acaba com toda a biodiversidade da região, destrói o habitat natural dos bichos, promove a impermeabilização do solo, impede a melhora da humidade relativa do ar, provoca erosão e assoreamento, e impede que essa água chegue aos rios. Exatamente por isso que é expressamente proibido qualquer construção ou intervenção nas chamadas APPs”, destacou.

Os quatro proprietários rurais identificados pela Dema foram indiciados por impedir ou dificultar regeneração natural, e por construírem em áreas de preservação ambiental. Além de serem obrigados também a reparar os danos, eles estão sujeitos ao pagamento de pesadas multas.