Denúncia de abuso sexual contra idosa do Hugol entra no radar da polícia
A paciente afirma que o profissional se aproximou e passou a tocá-lá, sem consentimento
A Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher (Deaem) instaurou, na segunda-feira (15), inquérito para apurar a denúncia de abuso sexual contra uma idosa de 74 anos, supostamente cometida por um médico dentro do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia. O caso teria ocorrido durante a madrugada de domingo (14), enquanto a paciente estava internada na unidade.
A Polícia Civil informou que deve ouvir, nos próximos dias, testemunhas diretas e indiretas e analisar a coleta de evidências. Também foi solicitada a realização de exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), e o laudo pericial é aguardado.
Segundo relato da família ao portal Mais Goiás, a idosa apresentava mobilidade reduzida, fazia uso de medicação e aguardava vaga em uma semi UTI, quando um médico foi acionado para auxiliá-la em uma sala de reanimação. Sem acompanhante no momento, a paciente afirma que o profissional se aproximou de forma inadequada e passou a tocá-la em suas partes íntimas, sem consentimento.
De acordo com o depoimento da vítima, ela permaneceu deitada, sem condições físicas de se defender, e chegou a pedir para que o suspeito parasse, mas não foi atendida. Registros do sistema de monitoramento da unidade indicam que o médico permaneceu junto à paciente entre 2h59 e 3h17, cerca de 18 minutos.
O abuso teria sido presenciado por um paciente internado no leito ao lado, que se recuperava de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Conforme relatado pela família, ele percebeu a situação, mas, devido à condição clínica e ao efeito de anestesia, não conseguiu intervir no momento. Apenas na manhã seguinte, ao conseguir se locomover, procurou a assistência social do hospital para relatar o ocorrido.
Após a denúncia, equipes policiais foram acionadas e se deslocaram até o Hugol. As imagens das câmeras de segurança, embora tenham confirmado a permanência do profissional no leito da paciente, não foram anexadas ao boletim de ocorrência devido às normas internas de segurança da unidade.
A filha da idosa afirmou que a gestão do hospital só adotou providências administrativas após a chegada da polícia. Segundo ela, o médico chegou a ser visto circulando pela unidade e sentado próximo ao balcão de atendimento do plantão, a poucos metros da vítima, pouco antes da chegada da Polícia Militar, mas não foi localizado no momento da abordagem.
Médico foi afastado
Em nota, o Hugol informou que, ao tomar conhecimento da denúncia, acionou imediatamente as autoridades competentes, registrou boletim de ocorrência, realizou o acolhimento da paciente e de seus familiares e determinou, de forma preventiva, o afastamento do profissional citado até a conclusão das apurações.
“A unidade repudia qualquer forma de violação de direitos, atua com responsabilidade e transparência e permanece à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários”, destacou o hospital.
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