Novo Cangaço

Polícia desarticula quadrilha especializada na explosão de agências bancárias do interior de Goiás

A Polícia Civil apresentou na tarde desta segunda-feira (20/6) os resultados da Operação Crepitus, que…

A Polícia Civil apresentou na tarde desta segunda-feira (20/6) os resultados da Operação Crepitus, que culminou na prisão de sete homens suspeitos de envolvimento nos crimes que ficaram conhecidos como “novo cangaço” em diversos municípios do interior de Goiás. Nessa modalidade, os bandidos invadem municípios pequenos com armamento pesado e efetuam disparos em vias públicas e órgãos policiais, enquanto outra parte do mesmo grupo explode agências bancárias e caixas eletrônicos na tentativa de subtrair dinheiro.

O delegado Alex Vasconcellos, do Grupo Antirroubo a Bancos (GAB), vinculado à Delegacia de Investigações Criminais (Deic), afirmou que o grupo preso foi o responsável por pelo menos 1/3 dos crimes contra instituições financeiras ocorridas em Goiás neste ano. Somente nos últimos três meses, período em que estavam sendo monitorados pela polícia, esses criminosos realizaram cinco ataques em municípios diferentes: Montes Claros de Goiás, em 23 de abril, Britânia, em 15 de maio, Bom Jardim de Goiás, em 28 de maio, Aragarças, em 2 de junho, e Itapirapuã, em 7 de junho.

“O GAB voltou seus esforços a fim de identificar essa organização criminosa. Através de várias diligencias do serviço de inteligência foi feito o monitoramento dessa quadrilha e a comprovação de que eram eles que faziam essa prática criminosa na região oeste do Estado. Diante de tal, foi representado à Justiça pelos mandados de prisão preventiva de alguns dos elementos, e outros foram presos em flagrante delito na semana passada”, explicou o delegado.

As prisões dos suspeitos ocorreram na última quarta-feira (15/6) nos municípios de Goianira e Jussara, onde a maioria deles reside. Os líderes do grupo, Francisco Ernani Alvino de Souza, de 35 anos, e Carlos Henrique Sounza Benevides, de 30, moram em Goiânia, mas estavam na casa de outros suspeitos no momento da prisão.

Além deles, foram detidos Iodeyve Hosé da Silva, de 23 anos, Gilson Noé da Silva, de 32, José Arnaldo Rebouças Farias Filho, de 31, Lucas Pereira Albuquerque Silva, de 21, e Cleber Moura Pereira, de 26. No momento da prisão, nenhum dos suspeitos ofereceu resistência e, posteriormente, todos os crimes foram confessados em vídeos gravados pelos policiais.

Para a execução das ações ilícitas, os bandidos furtavam ou desviavam explosivos que seriam utilizados na construção civil. Já boa parte dos armamentos era alugada de outros criminosos. “Comprar um fuzil de R$ 50 mil não era vantajoso para eles, então eles alugavam de terceiros por um valor menor”, explica Vasconcellos.

Mesmo que os criminosos tenham se especializado nas ações contra instituições bancárias, o delegado ressalta que em poucas circunstâncias os bandidos obtêm sucesso com esse tipo de ação graças aos investimentos feitos pelas empresas na segurança das próprias agências e dos caixas eletrônicos. Justamente por isso, muitas organizações do tipo dedicam-se também a outras modalidades de crime. A quadrilha desmantelada nessa operação, por exemplo, atuava com o roubo de cargas e, com isso, conseguiam manter um padrão de vida elevado.

Entre os crimes a que a quadrilha vai responder estão roubo majorado, organização criminosa, explosão e receptação. Com eles foram apreendidos carros e armamentos que estavam sendo preparados para uma nova ação.

O delegado Alex Vasconcellos também ressaltou que, somente nos últimos 60 dias, quatro quadrilhas especializadas em ataques a bancos foram desarticuladas pelas forças policiais. Estes quatro grupos, segundo o serviço de Inteligência, são responsáveis por 70% dos crimes cometidos em agências bancárias somente em 2016.