Preços de testes para Covid-19 podem variar até 137%, diz Procon

A Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon Goiás) divulgou, nesta terça-feira (21), o resultado de uma pesquisa comparativa dos preços de três tipos de exames para diagnóstico de covid-19 em sete laboratórios de Goiânia. Segundo o órgão, os valores variaram em até 137%.

O Procon ressalta que os preços são livres, mas por se tratar de produtos e serviços que envolvem a saúde, o grau de confiabilidade do laboratório a ser escolhido também deve ser levado em consideração.

Foram verificados os valores cobrados para três tipos de exames: o RT-PCR, que identifica se a pessoa está com o vírus ativo no organismo, e os testes sorológicos: IgG e IgM e IgG e IgA, que detectam a presença de anticorpos contra o novo coronavírus. A coleta de preços foi realizada no dia 10 de julho.

Em relação ao RT-PCR, a variação entre o menor e o maior preço foi de 42,86%, sendo cobrados os valores de R$ 280 no Biocenter Laboratório, e R$ 400 no Doles Laboratório. O preço dos testes sorológicos para IgG e IgM, por sua vez, variaram 59,09%, sendo cobrado R$ 220 nos laboratórios Biocenter e Padrão, e R$ 350 no Doles. Por fim, a sorologia IgG e IgA foi a que apresentou a maior variação de preços, com a cobrança de R$ 135 no Laboratório Padrão, e R$ 320 no Hemolabor.

Tipos de testes

Os testes para covid-19 são usados para diagnóstico in vivo. Eles podem identificar o material genético (RNA) do vírus ou os anticorpos produzidos pelo organismo quando ocorre o contato com o antígeno. Entenda a diferença:

RT-PCR:

O RT-PCR (Reverse Transcription – Polymerase Chain Reaction), ou simplesmente reação em cadeia da polimerase, é uma técnica que utiliza a biologia molecular para diagnóstico em amostra de raspado de nasofaringe. Com Transcrição Reversa em tempo real, o exame verifica a presença de material genético do vírus, confirmando que a pessoa se encontra com covid-19.

O teste de RT-PCR é considerado padrão ouro, e, portanto, confere o diagnóstico definitivo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Sorologia:

Diferente do RT-PCR, a sorologia verifica a resposta imunológica do corpo em relação ao vírus. O diagnóstico é feito a partir da detecção de anticorpos IgG e IgM em pessoas que foram expostas ao antígeno. Nesse tipo de teste, a análise é realizada a partir da amostra de sangue do paciente.

O recomendado é que os testes sorológicos sejam realizados em, no mínimo, dez dias após o surgimento dos sintomas. Isto porque a produção de anticorpos no organismo só ocorre depois de um período em que houve o contato com o antígeno.

Testes rápidos (IgM/IgG): 

Os testes rápidos utilizam a técnica imunocromatográfica. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são dispositivos de uso profissional, manuais, de fácil execução, que não necessitam de outros equipamentos de apoio, como os que são usados em laboratórios, e que conseguem dar resultados entre 10 e 30 minutos.

Os testes rápidos (IgM/IgG) podem auxiliar o mapeamento da população “imunizada”, que já teve o vírus ou foi exposta a ele, mas não têm função de diagnóstico, reforçou a Anvisa.