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Prefeitura de Goiânia afasta 33 servidores da Comurg suspeitos de desvio de conduta

Investigação vai durar 60 dias e pode resultar em demissão

Prefeitura de Goiânia afasta 31 servidores da Comurg suspeitos de desvio de conduta
Prefeitura de Goiânia afasta 31 servidores da Comurg suspeitos de desvio de conduta (Foto: Divulgação)

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), disse que afastou 31 funcionários da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) para investigação de desvio de conduta. A informação foi publicada nesta quarta-feira (5), nas redes sociais do gestor. A prefeitura confirmou que outros dois foram afastados na terça-feira (4) e na última sexta-feira (31).

Segundo Mabel, os afastamentos podem se tornar demissões, se comprovado o desvio. “Tem que entender que o serviço público precisa ser respeitado, não pode ter desvio, não pode faltar. Precisa gostar do emprego e entender que ele é pago pelo contribuinte com muito esforço.”

O afastamento é por 60 dias e sem salário. Confirmando o desvio de função, será aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD). Caso não, eles retornam às funções. “Seremos duros com quem não andar direito. São os primeiros 31 e serão mais se não arrumarem suas condutas. Serviço público não é público, é do público.”

Detalhes

A prefeitura confirmou ao portal que a investigação é sobre a celebração de acordos de trabalho que resultaram no pagamento de valores desproporcionais de supostas diferenças salariais. Análise preliminar apontou que vários foram celebrados e pagos “em prazos exíguos e valores apartados da realidade” e que tais processos administrativos e de pagamentos precisam ser reanalisados para verificar, entre outras possíveis irregularidades, se houve desrespeito à ordem cronológica de pagamento dos precatórios, estabelecida pela Constituição Federal.

Esses acordos são alvo de averiguação também pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que determinou o recálculo dos quinquênios (um tipo de adicional por tempo de serviço) concedidos aos empregados, e também pelo Ministério Público (MP) estadual, que recomendou a anulação de cláusulas do acordo.

Comissão para apurar contrato da Comurg

Esta, contudo, não é a única medida recente relacionada à Comurg. A prefeitura publicou decreto no suplemento do Diário Oficial de Goiânia de segunda-feira (3) que cria uma comissão para apurar as medições não processadas pela Companhia no Contrato n.º 095/2023.

Trata-se de um acordo de prestação de serviços públicos de limpeza urbana, gestão de resíduos sólidos e urbanização entre o município, por meio da secretaria municipal de Infraestrutura (Seinfra) e da Comurg. O contrato é de outubro do ano passado e prevê R$ 56 milhões por mês, que incluem coleta seletiva de materiais recicláveis e de bens domiciliares inservíveis, varrição manual, capina, roçagem, manutenção de praças, remoção e transporte de resíduos volumosos, além de reconstrução de calçadas e meios-fios.

Conforme o documento, a comissão será responsável por esclarecer, apurar, medir e atestar todas as medições não processadas até 31 de janeiro deste ano, ou seja, o que foi cumprido do contrato. Contando do dia 1º de fevereiro, a Comurg deverá apresentar uma relação de documentos com o cumprimento obrigatório. O prazo do colegiado também é de 60 dias, mas pode ser prorrogado por igual período.

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