Prisão de policial penal suspeito de envolvimento em morte de advogado iniciou novo inquérito
Intuito é saber como uma arma legalmente registrada de um colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC) passou para o policial penal em exercício e chegou ao grupo criminoso

A prisão de um policial penal suspeito de envolvimento no assassinato do advogado Cássio Bruno, no último domingo (2), deu início a um novo inquérito. A informação foi confirmada pelo delegado Adelson Candeo.
Segundo ele, o inquérito se inicia com a prisão do policial. O intuito é saber como uma arma legalmente registrada de um colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC) passou para o policial penal em exercício e chegou ao grupo criminoso. Para isso, outras pessoas serão ouvidas. O prazo será de 30 dias.
Sobre a prisão, o policial penal foi preso nas proximidades de Itaberaí. O caso aconteceu em outubro de 2024, em Rio Verde, e o agente é acusado de fornecer a arma de fogo usada no crime.
As investigações seguiram a partir de um vídeo realizado pelo executor do crime em que é possível identificar a numeração da arma em epígrafe, o que resultou na prisão do proprietário da arma, no dia 14 de janeiro de 2025, em Montes Claros de Goiás. Segundo o homem, que é CAC e tem registro da pistola em seu nome, ele teria vendido a arma utilizada no crime para o policial penal que, à época dos fatos, exercia a função de diretor do presídio de Mozarlândia.
Conforme o delegado, o policial chegou a tentar dificultar os trabalhos ao apresentar uma arma da mesma marca, modelo e calibre, mas que não era mesma utilizada para a prática do crime. Ele explicou que os agentes já tinham acesso a numeração, por isso perceberam a diferença.
Caso de advogado morto a tiros em Rio Verde
O advogado foi morto a tiros na porta de seu escritório, no bairro Jardim Adriana, em Rio Verde. As imagens de câmeras de segurança capturaram o momento em que um pistoleiro desceu de um Fiat Uno, disparou quatro vezes contra a vítima e fugiu rapidamente.
A Polícia Civil já havia revelado que o mandante do crime foi Mario Sérgio Ferrari, que teria ordenado a execução de Cássio Bruno por motivações relacionadas a uma fazenda no Mato Grosso, avaliada em R$ 100 milhões. A propriedade, comprada pelo advogado, estava irregularmente ocupada por Mario há cerca de 20 anos.
Segundo as investigações, o grupo criminoso monitorou a vítima por um ano, utilizando drones, GPS e rastreadores para acompanhar seus movimentos, especialmente quando Cássio se deslocava ao Mato Grosso para tratar de questões relacionadas à fazenda.
Além do mandante, outras sete pessoas já haviam sido presas, incluindo Chester Batista e Allan Alves, apontados como os executores do crime. A prisão do policial penal reforça a tese de que o assassinato foi planejado, com a participação de diversos atores, desde o fornecimento de armas até a execução e fuga.