TRÊS MESES

Restauração do pórtico do batismo cultural de Goiânia começa na segunda

Incialmente prevista para março, a obra de restauração do pórtico alusivo ao batismo cultural de…

Pórtico do batismo cultural de Goiânia, que passará por obra de restauração (Foto: Divulgação)
Pórtico do batismo cultural de Goiânia, que passará por obra de restauração (Foto: Divulgação)

Incialmente prevista para março, a obra de restauração do pórtico alusivo ao batismo cultural de Goiânia começa nesta segunda-feira (10). A empresa responsável pelo projeto diz que a intervenção deve durar três meses. Ela será financiada pelo Fundo de Arte e Cultura de Goiás. 

O pórtico foi construído para a “Exposição de Goiânia” em julho de 1942, no local onde hoje funciona um campus do Instituto Federal de Goiás (IFG). Foi um dos símbolos do nascimento da cidade, naquele mesmo ano. A restauração foi adiada por causa da pandemia do coronavírus. 

O coordenador do projeto, Wolney Unes, afirma que o pórtico reuniu os conceitos de arquitetura mais modernos da época. Chama a atenção a esbeltez da laje e dos pilares, algo possível apenas com o uso do concreto armado, tecnologia recém-desenvolvida naquela época”, afirma. “Ainda hoje, por ocasião da elaboração dos cálculos estruturais para recuperação da laje, o engenheiro calculista ficou impressionado com a precisão do projeto e de sua execução”.

Para a diretora-geral do Campus Goiânia do Instituto Federal de Goiás, professora Maria de Lourdes Magalhães, a restauração do Pórtico alusivo ao Batismo Cultural de Goiânia significa vitória para cidade. “O IFG sempre se preocupou com a manutenção e preservação de sua sede que foi tombada em 2003 pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)”, diz.

O pórtico é obra do engenheiro e arquiteto Jorge Félix de Souza. O engenheiro nasceu em 1905 na cidade de Goiás e formou-se no Rio de Janeiro, na então Universidade do Brasil. Posteriormente, cursou especialização em Cálculo de Concreto Armado e Resistência de Materiais, e trabalhou no Rio de Janeiro e Minas Gerais, antes de voltar a Goiás.

Apesar de ser um arquiteto de renome, há poucos registros sobre a sua vida. “Além dessa obra, projetou a Igreja Imaculado Coração de Maria, na confluência da Av. Araguaia com a Av. Paranaíba, além de ter elaborado o cálculo estrutural do Teatro Goiânia”, disse. “Muito religioso, foi agraciado pelo papa Pio XII em 1956 com a comenda de Cavaleiro da Ordem de São Silvestre, por seu trabalho em favor de obras religiosas, em 30 de outubro”, afirma Wolney.

Em 1958, Jorge Félix foi um dos fundadores da Sociedade Goiana de Cultura, mantenedora da Universidade Católica de Goiás. Foi cofundador da Escola Goiana de Belas Artes, instituição católica de ensino superior, que daria origem à Faculdade de Arquitetura da PUC Goiás. Ali deu aulas de Elementos de Perspectiva e Arquitetura Analítica e Geometria Descritiva no curso de Arquitetura.