Briga

“Se eu não tivesse corrido teria morrido”, diz motorista de aplicativo agredido na rodoviária

“Se eu não tivesse corrido teria morrido”. É o que afirma o motorista de aplicativo…

“Se eu não tivesse corrido teria morrido”. É o que afirma o motorista de aplicativo, Gildene de Sousa, agredido por taxistas e mototaxistas (Foto: Leitor Mais Goiás)
“Se eu não tivesse corrido teria morrido”. É o que afirma o motorista de aplicativo, Gildene de Sousa, agredido por taxistas e mototaxistas (Foto: Leitor Mais Goiás)

“Se eu não tivesse corrido teria morrido”. É o que afirma o motorista de aplicativo Gildene de Sousa Silva, 30, agredido por taxistas e mototaxistas na rodoviária de Goiânia. O caso aconteceu nesta terça-feira (14) e o homem precisou ser encaminhado ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) com dois cortes na cabeça e lesões pelo corpo.

Gildene conta que, quando chegou no local da briga, uma discussão já havia sido formada. “Um motorista de aplicativo saiu com passageiro e, do nada, quando cheguei na rodoviária, começaram a quebrar o para-brisa do meu carro”, disse. O motorista, então, desceu do veículo para verificar o motivo da violência e foi alvo das agressões.

Eu não tinha nada a ver com a discussão e simplesmente me atacaram. Taxistas e mototaxistas passaram a me agredir com socos e chutes. Eles também estavam armados com bastão de ferro e madeira. Acho que foi algo planejado. Se eu não tivesse corrido teria morrido”, relatou.

Para o motorista, o sentimento é de frustração. Em cerca de quatro anos de atuação, esta foi a primeira vez que Gildene passou por uma situação de agressão. Ele afirma que vai entrar na Justiça contra o sindicato dos taxistas e contra o terminal rodoviário. Isso porque, segundo ele, os seguranças não impediram a briga. “No início da discussão eles já poderiam ter entrado no meio e evitado as agressões ainda mais graves. Só ficaram olhando e não fizeram nada”, ressaltou.

Gildene foi encaminhado ao Hugo e ficou em observação na unidade de saúde durante toda a terça-feira (14). Ele alega que, mesmo depois do ocorrido, continua atuando como motorista de aplicativo. “Não tenho outra fonte de renda, irei continuar meu trabalho mas vou procurar meus direitos”, garantiu.

Briga

A briga, conforme relata o presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos de Goiás (Amago), Leidson Alves, teve início após um mototaxista se deparar com um homem que ele pensou se tratar de um motorista fazendo corridas particulares. A discussão envolveu aproximadamente dez taxistas.

Equipes da Polícia Militar (PM) foram acionadas e interviram na briga. Segundo a corporação, dois motoristas de aplicativos e um taxista ficaram foram feridos. “Eles receberam atendimento do Corpo de Bombeiros no local. Os autores das agressões evadiram do local e não foram localizados”, lê-se no relato da PM.

O representante dos taxistas de Goiânia, Hugo Marcelo Nascimento, confirma a versão de Leidson e diz que a briga teve início com um mototaxista. “A confusão acabou indo para o ponto de táxi e virou uma coisa incontrolável. Por diversas vezes já alertei as autoridades sobre essa sensível questão da rodoviária, pois nada justifica esses atos violentos”, diz.

Rodoviária

Por meio de nota, o Terminal Rodoviário de Goiânia disse que não compactua com nenhum ato de violência. “A equipe de segurança do terminal, em quaisquer situações que coloquem em risco o estabelecimento ou a integridade física das pessoas, atua para o restabelecimento da ordem”, lê-se na publicação.

“No dia 25 de novembro de 2019 encaminhamos ofícios à Fiscalização de transportes e posturas no trânsito da Seplan, à PM, à Guarda Civil Metropolitana (GCM) e à SMT informando os riscos de novos desentendimentos e solicitando o apoio e a tomada de providências pelos órgãos competentes”, conclui a nota.