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Semad alerta para risco de explosões e colapso no lixão de Goiânia por acúmulo de gases inflamáveis

O local está localizado a apenas 200 metros de um curso hídrico e a 300 metros de núcleos habitacionais, o que contraria parâmetros técnicos mínimos de segurança ambiental

Lixão de Goiânia já chegou a ser iterditado (Foto: Semad)

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) alertou que a ineficiência do sistema de captação de gases no lixão de Goiânia representa um risco iminente de explosões e instabilidade estrutural na área de disposição de resíduos. O diagnóstico consta em nota técnica emitida após fiscalizações realizadas entre janeiro e abril deste ano.

De acordo com o documento, o método e as estruturas utilizadas para drenagem de gases estão deteriorados ou não funcionam de forma adequada, o que pode provocar o acúmulo de gases inflamáveis no interior do maciço de lixo. A pressão interna gerada por esse acúmulo, de acordo com a Semad, pode ocasionar explosões ou colapsos estruturais.

Além do risco direto para a operação e os trabalhadores do local, a secretaria considera que a falha no sistema agrava o cenário já considerado crítico, marcado por falta de impermeabilização do solo, proximidade de áreas habitadas e ausência de licença ambiental válida desde 2011.

O lixão também funciona muito acima de sua capacidade, recebendo cerca de 3.800 toneladas de resíduos por dia, incluindo lixo domiciliar, resíduos da construção civil e material arbóreo: quase duas vezes e meia além do volume originalmente projetado.

O local está localizado a apenas 200 metros de um curso hídrico e a 300 metros de núcleos habitacionais, o que contraria parâmetros técnicos mínimos de segurança ambiental. A Semad também identificou indícios de baixa qualificação técnica na supervisão da unidade, agravando os riscos operacionais.

A pasta também registrou relatos de moradores da região sobre a frequente presença de ratos, baratas, urubus e escorpiões nas áreas residenciais próximas ao lixão. As infestações, segundo o relatório, confirmam a ineficácia das medidas de controle e agravam o risco sanitário para quem vive nas imediações.

Apesar das constatações, uma decisão judicial que determinava a interdição do lixão foi suspensa após recurso da Prefeitura de Goiânia. O Ministério Público ingressou com ação pedindo indenização de R$ 45,1 milhões por danos ambientais.

A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), responsável pela operação do local, ainda não se manifestou diretamente sobre o risco de explosões apontado pela Semad. O prefeito Sandro Mabel convocou coletiva de imprensa para a tarde desta sexta-feira (28), quando deve se posicionar sobre o tema.