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Situação de moradores de rua se agrava com frio em Goiânia

O frio que os termômetros registram em Goiás nos últimos dias agrava a situação das…

Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás

O frio que os termômetros registram em Goiás nos últimos dias agrava a situação das pessoas que vivem nas ruas. Eduardo de Matos, um dos coordenadores do Movimento da População em Situação de Rua (MPSTR), diz que a queda da temperatura faz com que problemas físicos e mentais dessa população fiquem ainda mais sérios. Ele diz que são comuns os casos de depressão e de doenças respiratórias, como bronquinte e tuberculose.

“A pessoa sem agasalho nesse frio fica constipada, desanimada para fazer qualquer coisa. Isso agrava o quadro depressivo do sujeito. Por isso é importante a atenção do poder público para essa situação. A gente não teve registro de morte ainda, mas não precisamos esperar isso pra poder tomar uma atitude”, conclui.

Segundo o MPSTR, cerca de quatro mil pessoas vivem nas ruas em Goiás atualmente. Somente em Goiânia, conforme o movimento, são três mil. “Nos estados mais frios, as pessoas são acostumadas, elas têm roupa para o frio. Aqui, se população em geral já não tem esse tipo de roupa, a população em situação de rua não tem nada”, diz Eduardo.

Defensoria se movimenta

A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), em conjunto com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), enviou, na última quarta-feira (30), um ofício à Prefeitura de Goiânia em que pedem informações sobre a adoção de medidas de acolhimento à população em situação de rua devido ao frio registrado na capital.

As instituições pedem que o Município esclareça sobre as ações que já estão em execução para que o abrigamento da população ocorra de maneira imediata e urgente e sobre os procedimentos necessários para que as pessoas em situação de rua sejam atendidas.

Procurada pelo Mais Goiás, a Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social (Sedhs) informou que a resposta do ofício está em elaboração, uma vez que o documento foi recebido somente nesta tarde.

A pasta, que estima que a população de rua da capital seja de somente 1,2 mil, informou também que doou 110 cobertores e 70 moletons no início da semana e tem outras ações como essas programadas. “Mas vale lembrar que o Centro POP realiza atendimentos todos os dias, servindo café da manhã e almoço. Além de convidá-los para irem para as casas de apoio, que tem parceira conosco, ou para o Hotel Solidário”, ressaltou.