RECUPERAÇÃO

Thaís Medeiros: jovem que sofreu reação alérgica após cheirar pimenta vive batalha diária

Segundo a família, o serviço de Home Care, foi negado pela Prefeitura de Goiânia

Foto: Redes Sociais

Há quase dois anos, a vida de Thaís Medeiros mudou completamente após sofrer uma parada cardiorrespiratória de quase 20 minutos em decorrência de uma reação alérgica ao cheiro de pimenta. Mãe de duas meninas, Thaís passou mais de 80 dias internada, incluindo 20 dias na UTI, e foi diagnosticada com edema cerebral. Hoje, ela enfrenta sequelas que incluem a perda dos movimentos, da fala e complicações pulmonares graves.

Desde que deixou o hospital, Thaís é cuidada integralmente por sua família, que dedica 24 horas por dia à sua recuperação. Apesar do esforço, os cuidados necessários vão além do que a família pode oferecer sozinha. O serviço de ‘home care’, que seria crucial para garantir tratamento adequado, foi negado pela prefeitura de Goiânia. Atualmente, Thaís depende exclusivamente de profissionais voluntários e de doações para suprir medicamentos, insumos, equipamentos e sessões de fisioterapia e fonoaudiologia.

Adriana, mãe de Thaís, reforça que o apoio tem sido vital, mas insuficiente para cobrir todas as demandas. “Sem as doações, não teríamos condições de manter o tratamento, mas até quando vamos conseguir?”, desabafa. A fisioterapia inclui trabalho respiratório e controle muscular para prevenir complicações como escoliose e agravamento das dificuldades respiratórias. A fonoaudiologia busca melhorar a deglutição e minimizar os riscos de aspiração.

Para arrecadar fundos e continuar o tratamento, a família lançou uma rifa de um apartamento localizado no centro de Goiânia ou R$ 150 mil em dinheiro como alternativa para o ganhador. A iniciativa visa cobrir custos com profissionais, equipamentos e medicamentos.

Interessados em ajudar podem acessar as redes sociais da família para mais informações sobre a rifa e outras formas de apoio.

Sobre a negativa em pagar o home care de Thais, a Secretaria de Saúde de Goiânia (SMS) explicou que o serviço de atendimento domiciliar 24h é reservado para pacientes que precisam de ventilação mecânica contínua e cuidados complexos. De acordo com a nota enviada ao Mais Goiás, a SMS disse que Thaís Medeiros não se enquadra nesses critérios e, portanto, não é elegível para o serviço. Ainda segundo a pasta, foi oferecido um acompanhamento semanal com uma equipe de saúde, mas, segundo o órgão, a família recusou o serviço. Em resposta aos insumos enviados à paciente, a secretaria esclareceu que está atualizando a lista de insumos necessários para os cuidados com Thaís.

(Veja a nota na íntegra) 

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informa que – conforme a Portaria 380/2019 da Prefeitura de Goiânia, que regulamenta a oferta de atenção em saúde domiciliar no município – a modalidade de Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) com provimento de cuidado multiprofissional 24h é destinado a pacientes que necessitem continuamente de ventilação mecânica invasiva e suporte terapêutico de alta complexidade. A paciente T. M.O. não atende aos critérios de elegibilidade para esta modalidade de SAD, uma vez que não necessita deste tipo de suporte.

A secretaria ressalta que o interventor Márcio Leite, que comandou a pasta até o início da atual gestão, visitou pessoalmente a família para explicar os critérios de elegibilidade em cada categoria do SAD e ofereceu serviços de atenção domiciliar na modalidade em que a paciente se enquadra, com a oferta de visitas semanais de equipe multiprofissional. No entanto, a responsável pela paciente se recusou a receber os atendimentos.