Zona rural de Jussara é alvo de furtos em série

Agropecuaristas da zona rural de Jussara, a cerca de 230 quilômetros de Goiânia, denunciam uma série de furtos a propriedades próximas às regiões do Córrego da Onça e da Chibata. Entre os dias sete e oito de outubro, pelo menos três fazendas foram invadidas e tiveram itens como ferramentas de trabalho, eletrodomésticos, bens pessoais, carne bovina e até compras de supermercado subtraídos.

Um desses casos ocorreu entre a noite do dia 7/10 e a madrugada do dia 8/10, quando a sede de uma fazenda, onde moram três pessoas – que não quiseram ter suas identidades reveladas -, foi invadida e revirada. Os proprietários, um casal e seu filho de 24 anos, saíram para votar naquele domingo de eleições e decidiram ficar hospedados na cidade. Funcionários moradores da propriedade, na região da Chibata, estavam no local, mas não perceberam a movimentação dos bandidos.

Outra filha dos moradores revela que os prejuízos só foram descobertos por um funcionário, no dia seguinte. “Ele ligou para o meu irmão perguntando se já tinham voltado e ele respondeu que não, pois nosso pai tinha uma sessão de fisioterapia agendada para aquela manhã. O trabalhador, entretanto, disse que a porta da sede estava aberta e eles, desconfiados, tiveram que voltar. Foi quando notaram tudo revirado”.

Segundo ela, joias, aparelhos de TV, dinheiro, quatro bujões de gás, secador de cabelo, compras de supermercado entre outros itens foram levados. “Estimamos um prejuízo de pelo menos R$ 10 mil. Esses roubos estão frequentes aqui na região. No último sábado, ficamos sabendo de mais casos. Comunicamos a polícia, mas nenhuma resposta foi dada até o momento”.

Córrego da Onça

Na madrugada do dia 9/10, outra propriedade foi invadida, dessa vez na Região do Córrego da Onça. Mesmo com quatro famílias de funcionários morando na Fazenda, criminosos conseguiram levar eletrodomésticos e ferramentas de trabalho com o motosserras sem chamar atenção. O dono da terra, que também pediu para ter o nome preservado, revelou que a situação também foi comunicada a ele por um funcionário (Vídeo).

Ele ressalta que roubos ocorreram no ano passado, mas estão mais frequentes nos últimos 30 dias. Até o momento, segundo o pecuarista, nenhuma resposta foi dada pelo poder público. “Eu não estava na fazenda naquela noite e os trabalhadores disseram não terem visto ou ouvido nada. Roubaram a sede e o refeitório, que é separado. Estimo pelo menos R$ 15 mil de prejuízo. No mesmo dia, soube que mataram uma novilha, bezerra, na fazenda de um vizinho aqui para levarem a carne”, lembra ele, indignado.

O mencionado bovino pertencia a um vizinho , que também falou com a redação com a condição de que seu nome não fosse revelado.  “Não moro na fazenda e estava em outra cidade quando tudo ocorreu. Fui alertado por um funcionário que encontrou a carcaça do animal. O bicho é manso, gado de elite, não devem ter tido dificuldades para se aproximarem dele. Levaram só a parte traseira, o interesse era a carne. Registramos ocorrência na cidade, mas é difícil encontrar os responsáveis”.

Polícia

O delegado da cidade, Murilo Gonçalves Almeida, afirma que furtos de objetos e de gado provavelmente tem autorias diferentes. Ele explica que o método mais eficaz de tentar localizar os bandidos é por meio de receptadores. “São crimes sem testemunhas, sem imagens ou qualquer outra referência para seguirmos. No momento, temos alguns suspeitos e temos ido atrás de pessoas que já cometeram crimes semelhantes tanto de furto como de receptação. Até o momento, ninguém foi preso”, admite.