Valério Luiz fala em trabalho de ‘convencimento interno’ no PT para disputa ao Senado Federal
Advogado petista admite articulação para disputar o Senado em 2026
O advogado e militante petista Valério Luiz de Oliveira Filho afirmou que há um movimento interno em construção no Partido dos Trabalhadores para discutir seu nome como possível candidato ao Senado Federal nas eleições de 2026. Segundo ele, o projeto ainda está em fase inicial e depende de “um processo de convencimento interno” entre as tendências e lideranças da sigla.
“Alguns companheiros têm ventilado essa ideia, especialmente pela minha disposição ao debate e pela necessidade de enfrentamento com a extrema direita em Goiás. Dizem que o estado é conservador, mas também ninguém bate, ninguém contesta. Se não colocarmos novas ideias na mesa, elas nunca vão circular”, afirmou o advogado.
Valério, que atua como assessor jurídico do ex-vereador Fabrício Rosa, nome cotado para disputar vaga de deputado estadual, disse que o plano inicial era disputar uma cadeira na Câmara Federal, mas o diálogo com setores do partido abriu a possibilidade de uma candidatura majoritária. “É algo que ainda precisa ser amplamente debatido, mas estamos iniciando esse convencimento. O importante é que, seja para o Senado ou para a Câmara, o projeto esteja alinhado com o fortalecimento do campo progressista em Goiás”, disse.
De acordo com o advogado, a decisão sobre uma candidatura ao Senado dependerá do aval da direção estadual e nacional do PT e também do apoio dos partidos da Federação Brasil da Esperança, composta por PT, PV e PCdoB. “O Senado é uma campanha majoritária, então precisa do engajamento de toda a federação e das coligações. É importante que todos estejam empolgados e embarcados no projeto”, observou.
Valério destacou ainda o papel da presidente estadual do partido, deputada federal Adriana Accorsi, no processo de mediação e decisão. “O PT é um partido democrático. As decisões passam por discussões amplas, e a opinião da nossa presidente é fundamental. Vamos buscar esse diálogo com ela e com todos os partidos da federação”, afirmou.
Na eleição passada, a vaga ao Senado pela federação foi ocupada pela então candidata Denise Carvalho (PCdoB). Para 2026, Valério reconhece que o tema ainda está em aberto e cita outros nomes em debate. “O PCdoB pode querer novamente a vaga, o PV também pode apresentar alguém. Tem o Cidadania que pode chegar. Vi que o procurador da Assembleia, Iuri de Castro, colocou seu nome à disposição. É um excelente quadro. Tudo isso será conversado com calma e de forma democrática”, concluiu.
Defesa de definição sobre candidatura ao Palácio ainda em 2025
Ele também avalia que o Partido dos Trabalhadores precisa definir até o fim de 2025 o nome que representará a sigla na disputa pelo Governo de Goiás em 2026. Para ele, a antecipação da escolha é fundamental para que a legenda consiga se estruturar politicamente, articular alianças e construir uma narrativa competitiva em um estado historicamente dominado por forças de centro e direita.
“É um prazo viável. Espero que decida até o final do ano, até para a gente se organizar, definir as estratégias e fazer a defesa do candidato, porque não vai ser fácil”, afirmou Valério, em entrevista. Segundo ele, a definição precoce permite que o eleitorado conheça melhor o perfil e as propostas do nome escolhido, especialmente num cenário de forte polarização nacional.
O advogado reconhece que, até o momento, não há um nome consolidado na esquerda goiana para disputar o Palácio das Esmeraldas. “Dentro do partido, não vejo alguém despontando de forma muito definitiva. Está bem aberto”, observou.
Mesmo assim, Valério cita o ex-governador José Eliton como um nome respeitável dentro do campo progressista, destacando sua postura em 2018, quando declarou voto em Fernando Haddad em meio ao auge do bolsonarismo. “Foi um ato de coragem. Todos sabíamos que o Haddad não tinha chance de vitória, mas ele se posicionou publicamente mesmo assim. Isso é importante”, lembrou.
Para Valério, a definição antecipada de um candidato com densidade política pode ajudar a esquerda a se reposicionar no debate estadual e dar fôlego à candidatura presidencial de Lula em Goiás. “Um nome forte na cabeça da chapa ajuda bastante. Goiás precisa de uma campanha que combine coragem e estratégia”, completou.