Greve Geral

Em protesto, instituições federais fazem “aula na rua” no Centro de Goiânia

Cerca de 200 pessoas entre professores, técnicos administrativos e estudantes da Universidade Federal de Goiás…

Cerca de 200 pessoas entre professores, técnicos administrativos e estudantes da UFG, IFG e IFGoiano realizam “aula na rua”, no Centro de Goiânia. (Foto: Adufg)
Cerca de 200 pessoas entre professores, técnicos administrativos e estudantes da UFG, IFG e IFGoiano realizam “aula na rua”, no Centro de Goiânia. (Foto: Adufg)

Cerca de 200 pessoas entre professores, técnicos administrativos e estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG), Instituto Federal de Goiás (IFG) e Instituto Federal Goiano (IFGoiano) realizam, nesta quarta-feira (2), “aula na rua”, no Centro de Goiânia. Como forma de protesto, atividade tem o objetivo de divulgar atividades e pesquisas promovidas nas unidades de ensino. Ato faz parte dos dois dias de greve geral da Educação em todo o país.

Os manifestantes se dividiram em dois grupos e estão dispostos na Av. Goiás entre a Rua 3 e a Av. Anhanguera, próximo ao monumento ao bandeirante, e em frente ao Grande Hotel, também na Av. Goiás, no setor Central. Nos locais, servidores e alunos montaram uma espécie de exposição com cartazes, banners e exposição de pesquisas realizadas nas instituições.

Valmyr Barbosa é professor do IFG e explica que o movimento serve como forma de diálogo entre as universidades e a sociedade. “De um lado mostramos a penúria que as instituições estão submetidas por conta de cortes e contingenciamentos. Do outro, mostramos a importância das universidades e pesquisas realizadas por elas”.

Segundo relata o docente, as instituições vivem processo de restrição de concessão de bolsas, que tem gerado comprometimento de novas pesquisas e de projetos já em andamento.

“A situação é preocupante. Não só a graduação está em risco, mas também o desenvolvimento de pesquisas. Nosso ato visa estabelecer uma ponte com a sociedade para mostrar as implicações dessa destruição. Hoje, mais de 75% das pesquisas do Estado são realizadas por instituições federais. Por isso, estamos estabelecendo conversa com a população para alertar sobre os riscos e degradação sofridas pelas universidades”, afirmou.

(Foto: Reprodução/ADUFG)

Contra o Future-se

Conforme expõe o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos das Instituições Federais de Ensino Superior (SINT-IFESgo), Fernando Mota, o movimento, além de protestar contra os cortes de verba, também manifesta repúdio contra o programa Future-se, proposto pelo Ministério da Educação (MEC)

Divulgado em julho deste ano, o projeto prevê a captação de recursos dos institutos federais junto à iniciativa privada por meio de Organizações Sociais (OS) que possuam atividades ligadas ao ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e à cultura.

Conforme levantamento da União Nacional dos Estudantes (UNE), 27 das 63 instituições federais do país tem posição do conselho universitário contra a adesão do projeto. Adesão dos institutos é voluntária.

“É um projeto que destrói as universidades. Um dos pontos mais críticos é que as OSs poderão contratar professores e servidores em regime de carteira assinada. Isso prejudica a qualidade de ensino e pesquisa porque a gente sabe que essas contratações são feitas com olhar financeiro, que escolhe o mais barato e não o mais qualificado”, disse Fernando.

Segundo ele, o Governo tem promovido um massacre na Educação. “Os recursos liberados não dão nem para pagar o que está devendo e a previsão é de que não haverá mais liberação. A sociedade precisa saber da importância das instituições e das consequências negativas causadas pelos cortes e propostas governamentais”, afirmou.

A greve geral também prevê a realização de uma manifestação às 16h desta quinta-feira (3). A concentração será feita na Praça Universitária, no Setor Leste Universitário com destino à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), no Setor Oeste.