Atriz de Malhação, Thaís Vaz relembra agressão do ex-namorado que a deixou cega
Atriz tinha 19 anos quando, durante uma briga com o ex, perdeu a visão do olho esquerdo
A atriz Thaís Vaz, 44, conhecida por seu papel como Flávia na temporada de 2004 da novela Malhação, relembrou o episódio de agressão que a deixou cega do olho esquerdo durante um relacionamento abusivo. Em entrevista à revista Marie Claire, ela falou sobre as violências sofridas, o impacto do trauma e os projetos que desenvolve com base em sua experiência.
O caso ocorreu quando Thaís tinha 19 anos, em Cabo Frio (RJ), durante o Carnaval. Ela e o então namorado estavam brigados, e durante uma discussão, ele deu um soco em uma janela de vidro. Os estilhaços atingiram o olho esquerdo da atriz, que perdeu a visão após múltiplas cirurgias.
“Ele bateu no vidro, que quebrou com força e atingiu meu olho. Foi uma correria. Nem eu tinha entendido direito o que tinha acontecido”, contou. Ela afirma que, antes do episódio, já havia sofrido agressões físicas, incluindo um soco na costela. “Já não tinha mais amor próprio, era difícil”, declarou.
Thaís passou mais de um ano e meio em tratamento, enfrentando deslocamento de retina, catarata traumática e lesões na córnea. Após perder a visão, passou a usar uma lente estética, o que permitiu seguir atuando. Um ano e meio depois da última cirurgia, integrou o elenco de Malhação.
A atriz relata que enfrentou dificuldades após a novela. “Meu cadastro tinha uma anotação: ‘Reparar no olho esquerdo’. Nunca mais me testaram”, disse. Ainda assim, seguiu com trabalhos como atriz, diretora e produtora.
Atualmente, Thaís desenvolve o espetáculo “Hiena: o riso sobre o tóxico“, inspirado em sua história. A peça está inscrita em editais culturais e tem estreia prevista para 2026. A proposta é levar apresentações e rodas de conversa a comunidades fora do eixo Rio-São Paulo. “Quero fazer algo transformador, sair da bolha. A informação salva vidas.”
A atriz também trabalha no documentário Mulher Coragem, com histórias de artistas com deficiência. Desde que passou a compartilhar sua experiência publicamente, tem recebido relatos de outras mulheres que viveram situações semelhantes. “Se eu mudar a vida de uma pessoa, com a peça posso mudar mais. O teatro tem esse poder de transformação.”
Thaís afirma que seu objetivo não é expor o agressor, mas alertar para os sinais de abuso. “O foco não é ele. É sobre a gente, sobre como identificar sinais, como sair.”