Luto na TV

Atriz Elizangela morre de infarto aos 68 anos

Ela deu entrada no hospital após parada cardiorrespiratória, mas não resistiu

Morre a atriz Elizangela, aos 68 anos, em Guapimirim, no Rio
Morre a atriz Elizangela, aos 68 anos, em Guapimirim, no Rio

Morreu, nesta sexta-feira (3), a atriz Elizangela do Amaral Vergueiro (conhecida apenas como Elizangela), aos 68 anos, em Guapimirim, no estado do Rio. A atriz dera entrada no Hospital Municipal José Rabello de Mello devido a uma parada cardiorrespiratória após ser atendida pelas equipes do SAMU. Houve tentativas de reanimá-la durante o translado e já no hospital, mas sem êxito.

Em nota, a Prefeitura Municipal de Guapimirim lamentou “a morte da consagrada atriz”. “Esta é a segunda vez que o sistema de saúde do município atendeu Elizangela. Na primeira, Elizangela deu entrada na unidade com graves problemas respiratórios, e depois de algumas semanas, teve alta da unidade”, afirma o comunicado.

A atriz ficou famosa por atuar em novelas da Globo como “Força do Querer”, de Gloria Perez, em que fez o papel de Aurora, mãe de Bibi Perigosa, que se envolve com o tráfico.

Elizangela foi uma estrela mirim. Nascida em 11 de dezembro de 1954, no Rio, Elizangela era filha de um executivo e de uma dona de casa e começou a trabalhar cedo. Aos 7 anos, já fazia comerciais ao vivo na TV Excelsior. Na mesma emissora, estrelou o programa de entrevistas “A outra face do artista”, o “Jornal infantil Excelsior” e o programa de variedades “Futurama” — tudo ao vivo. Aos 10 anos, comandava um programa de auditório no horário nobre: “Essa gente inocente”.

Ingressou na TV Globo em 1966. Participou do primeiro programa infantil da emissora, o “Capitão Furação” — era líder da equipe de grumetes. Em seguida, apresentou o programa de variedades “Show da cidade”, sem deixar a atração infantil. Em 1969, estreou no cinema com o filme “Quelé do Pajeú”, dirigido por Anselmo Duarte. No ano seguinte, participou de “O enterro da cafetina”, inspirado em histórias de Marcos Rey. Em 1971, foi a vez de atuar na adaptação de um conto de Graça Aranha: “Vale do Canaã”. Desde os 15 anos, já trabalhava teatro. Também participou dos teleteatros, que faziam sucesso na TV. Participou de produções como “O médico e monstro”, “A megera domada” e Medeia”, todas na TV Globo.

Em 1972, deu início a uma longa e bem-sucedida carreira nas novelas interpretando Sandra em “O bofe”, folhetim de Bráulio Pedroso e Lauro César Muniz. No ano seguinte, deu fida à rebelde Teresa em “Cavalo de aço”, novela de Walther Negrão. Elizangela fez parte do elenco da primeira versão de “Roque Santeiro”, que iria ao ar em 1975, mas foi censurada. Na trama de Dias Gomes, ela interpretaria Tânia, a filha de Sinhozinho Malta, papel assumido por Lídia Brondi na versão que o Brasil conheceu, em 1985. Elizangela, no entanto, não ficou de fora da novela. Interpretou um papel criado sob medida para ela: Marilda.

Ainda nos anos 1970, participou das novelas “Pecado capital” (1975), “Locomotivas” (1977), que foi o primeiro folhetim das sete em cores”, e “Feijão maravilha” (1979). Nessa época, também apareceu em programas humorísticos capitaneados por mestres como Jô Soares, Renato Aragão e Chico Anysio. Elizangela também foi cantora: gravou um compacto com a música “Pertinho de você”, em 1979.

Na década de 1980, a atriz continuou nas novelas. Integrou os elencos de folhetins como “Jogo da vida” (1981), onde interpretou a empregada Mariúcha, que sempre que ia soltar uma piada, olhava para a câmera e piscava. Também participou de “Paraíso” (1982) e “tudo ou nada”, esta última da TV Manchete. Voltou à Globo em 1991, no humorístico “Estados Anysios de Chico City”. No ano seguinte, apareceu em “Pedra sobre pedra”, onde deu vida a Rosemary Pontes, esposa de um político e um dos primeiros personagens da TV brasileira a ter celular (que quase nunca funcionava)

Entre 1993 e 1996, fez novelas no SBT: “Éramos seis” e “As pupilas do senhor reitor”. Em 1997, retornou à Globo para atuar em “Por amor”, de Manoel Carlos, como a suburbana adúltera Magnólia.

Um de seus papéis de maior destaque foi a ex-prostituta Rejane, de “Senhora do destino”, folhetim de Aguinaldo Silva, amiga da vilã Nazaré (Renata Sorrah). Também atuou em “A lua me disse” (2005), “A favorita” (2008), “Ti-ti-ti” (2010), “Aquele beijo” (2011), “Salve Jorge” (2012) e no seriado “Segunda dama” (2014). No mesmo ano, apareceu na telinha como a Jurema de “Império”. Em 2017, esteve em “A força do querer”. Seu último papel de destaque na TV foi em “A dona do pedaço”, de 2019.