Wepink: Procon aplica multa milionária à empresa de Virginia Fonseca após reclamações
Clientes relatam problemas recorrentes nas compras feitas pelo site da marca
A Wepink, marca de cosméticos ligada à influenciadora Virginia Fonseca, foi alvo de uma multa milionária aplicada pelo Procon-SP após o aumento expressivo de reclamações de consumidores. O órgão de defesa do consumidor decidiu penalizar a empresa em R$ 1.566.416,66, após constatar irregularidades no cumprimento do Código de Defesa do Consumidor, principalmente relacionadas a entregas fora do prazo, dificuldade para estorno de valores e falta de informações claras no comércio eletrônico.
Segundo o Procon, a fiscalização teve início após o crescimento de queixas registradas por clientes da Wepink, que relataram problemas recorrentes nas compras feitas pelo site da marca. Entre as infrações identificadas estão o descumprimento do prazo legal de entrega, a ausência de respostas adequadas aos consumidores e obstáculos para quem tentou exercer o direito de arrependimento, previsto em lei para compras realizadas pela internet.
- Coitado! Virginia Fonseca comenta aparência de Vini Jr: ‘Beleza interior vale mais’
- Mulher Abacaxi reclama de perfume vendido por Virginia: “cheiro de esgoto”
Durante a apuração, o órgão também verificou que, no início de dezembro, a empresa da namorada de Vini Jr. deixou de disponibilizar informações obrigatórias para o comércio eletrônico, como endereço físico da empresa e e-mail para contato, o que vai contra as normas que regem a relação entre fornecedores e consumidores no ambiente digital.
De acordo com o Procon, o valor da multa levou em consideração a gravidade das infrações, as vantagens econômicas obtidas pela empresa e a capacidade financeira do fornecedor, critérios previstos na legislação de defesa do consumidor. Apesar da penalidade, a Wepink ainda pode apresentar defesa e recorrer da decisão administrativa.
- Neymar ou Virginia? O top 10 de quem mais gerou engajamento na internet em 2025
O Procon também orienta que consumidores que continuarem enfrentando problemas em compras realizadas no site da Wepink devem formalizar reclamações nos órgãos de defesa do consumidor de suas cidades ou estados, para que os casos sejam apurados individualmente.
Número elevado de reclamações
Em março deste ano, já havia sido divulgado que a Wepink acumulava um volume de reclamações superior ao de bancos e operadoras de telefonia. A empresa chegou à sexta posição no ranking do Reclame Aqui, ficando à frente de companhias como Claro, Vivo, Santander, C6 e Inter.
Em seis meses, a Wepink recebeu mais de 70 mil reclamações, superando também empresas como Uber, 99 e Shein. Apenas em 2024, foram registrados 90.856 relatos de consumidores na plataforma, o que representa uma média de cerca de 250 reclamações por dia.
Problemas da WePink em Goiás
A Wepink virou alvo de uma ação civil pública do Ministério Público de Goiás (MPGO), que acusa a empresa de práticas abusivas contra consumidores. Segundo o MP, a marca teria vendido cosméticos mesmo sem garantia de estoque ou capacidade de entrega no prazo prometido de 14 dias úteis, caracterizando publicidade enganosa e má-fé contratual. A ação cita declarações de um dos sócios admitindo problemas de abastecimento em razão do crescimento acelerado da empresa.
De acordo com o MPGO, somente em 2024 foram registradas mais de 90 mil reclamações no Reclame Aqui, além de centenas de denúncias formais no Procon Goiás. A investigação apontou atrasos que ultrapassaram sete meses, pedidos não entregues, dificuldade de reembolso, atendimento automatizado ineficiente, exclusão de críticas nas redes sociais e até envio de produtos com defeito. O modelo de vendas por “flash sales” em lives, segundo o MP, criava um senso artificial de urgência e explorava a vulnerabilidade dos consumidores.
Inicialmente, o Ministério Público pediu indenização por danos morais coletivos de pelo menos R$ 5 milhões, além de medidas urgentes como suspensão de lives promocionais, criação de atendimento humano em até 24 horas e entrega imediata dos produtos já pagos. O Procon Goiás também lavrou auto de infração após constatar violações ao Código de Defesa do Consumidor, incluindo casos em que consumidores aguardaram meses sem receber os produtos ou o estorno.
Após a investigação, a WePink firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPGO e se comprometeu a pagar R$ 5 milhões em indenização, parcelados, além de adotar mudanças estruturais. O acordo proíbe a exclusão de críticas, exige comprovação real de estoque antes das vendas, atendimento humano no SAC, reembolso em até sete dias e devolução em dobro aos consumidores prejudicados. O TAC foi homologado pela Justiça e prevê monitoramento das obrigações por cinco anos.
- Virginia comemora engajamento durante internação do filho: “gratidão”
- Quem tem mais grana? Compare a fortuna de Virginia Fonseca e Vini Jr.