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Campeonato Brasileiro tem concussões em dois jogos, e CBF valoriza novo protocolo

Matías Viña, do Flamengo, e Adriano Martins, do Atlético-GO, bateram de cabeça e também não conseguiram seguir no jogo

Adriano Martins após choque de cabeça
Adriano Martins após choque de cabeça, sendo cumprimentado por Fabricio Bruno. Foto: Heber Gomes - Mais Goiás

IGOR SIQUEIRA
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – A primeira rodada do Brasileirão já teve uso do novo protocolo de concussão, que prevê uma substituição a mais, caso algum jogador não consiga ficar no jogo após uma pancada na cabeça.

Em duas das dez partidas da rodada houve alguma substituição confirmada com base no protocolo de concussão, após pancadas na cabeça.

O primeiro a usar o recurso foi o volante Marlon Freitas, do Botafogo, substituído contra o Cruzeiro.
Matías Viña, do Flamengo, e Adriano Martins, do Atlético-GO, bateram de cabeça e também não conseguiram seguir no jogo. Houve um corte na testa do defensor do time goiano. O lateral do Fla foi conduzido a um hospital para avaliações.

No Vasco x Grêmio, Kannemann chegou a ser tirado de campo com suspeita de concussão após se chocar com Matheus Carvalho. Mas o médico do clube mudou o diagnóstico. A sexta substituição, ao fim das contas, não foi habilitada.

Para a CBF, o número de ocorrências logo na primeira rodada do Brasileirão é um sinal de que o uso do protocolo é um acerto.

Porém, a entidade vai averiguar o que aconteceu na situação envolvendo Kannemann. Em tese, se o cartão vermelho é acionado para a troca por concussão, ele não pode ser retirado depois.

“Mostra para nós que estamos corretos em fazer a proteção do jogador. Estamos vendo que cada vez acontece mais. Poderia passar despercebido porque não tinha o mecanismo, mas esse é o caminho. É uma coisa nova. Temos que ir adiante. Na primeira rodada, já mostrou que valeu a pena”, disse Jorge Pagura, presidente da comissão médica da CBF.

A substituição adicional acontece quando o médico do clube percebe que o jogador apresenta sintomas apontando para concussão. Não precisa necessariamente ter sangramento. Mas principalmente tontura e confusão mental.

Com o diagnóstico em campo, a substituição é feita quando o médico entrega à arbitragem um cartão vermelho — e não branco — para efetuar a troca do jogador. Isso habilita o time adversário a fazer uma substituição adicional, totalizando seis.

Se usarem o cartão vermelho, os médicos precisam enviar à CBF um relatório a respeito do episódio.

“Se ele usar o cartão vermelho, tem que me dar o que fez com o paciente, que tipo de exames, se fez tomografia. A gente vê o vídeo e o médico nos diz quando pretende voltar com o jogador”, completou Pagura.

A comissão médica não cria prazos para volta dos jogadores às atividades. Normalmente, isso acontece na partida seguinte. Mas essa decisão é prerrogativa dos clubes.

“Se o médico disse que volta no próximo jogo, eu quero saber o porquê”, disse o presidente.
A substituição adicional pode ser feita em qualquer momento do jogo e não é contabilizada nas três paradas para trocas de jogadores, previstas inicialmente na regra.

O Cruzeiro usou a sexta substituição, já nos acréscimos, empatando com o Botafogo no número de trocas, mesmo sem ter concussão no time.