Neonazista vai cumprir pena em prisão de mulheres após mudar de gênero
Sven Liebich passou a se chamar Marla-Svenja após conseguir mudar o gênero nos documentos; caso ocorreu na Alemanha
Alemanha, um ex-membro do movimento neonazista chamado Sven Liebich mudou de gênero, passou a se denominar Marla-Svenja Liebich e conquistou o direito de cumprir pena em uma prisão para mulheres.
A decisão favorável a Liebich, que segundo jornais alemães fazia parte de um grupo neonazista chamado Sangue e Honra, levantou acaloradas discussões a respeito da Lei de Autodeterminação de Gênero em vigência no país. Essa lei passou a permitir que qualquer pessoa modifique seu nome e sexo no registro civil com uma simples autodeclaração em cartório, sem que haja necessidade de apresentar laudos periciais, psiquiátricos ou comprovante de tratamento hormonal, como acontecia antes.
Liebich tem 53 anos e mudou de gênero no final de 2024, no mesmo instante em que ele recorria da condenação em primeira instância. A lei de autodeterminação havia entrado em vigor no dia 1º de novembro daquele ano. Antes de virar Marla-Svenja, Liebich era um árduo crítico do que chamava de “ideologia de gênero”.
Em reuniões e manifestações de rua, Liebich costumava dar declarações hostis contra a comunidade LGBTQ+, incluindo ataques verbais a participantes de eventos como paradas do orgulho gay.
Após a alteração em seus documentos, Liebich moveu processos contra meios de comunicação que continuaram a referir-se a ela pelo nome anterior e como homem. Um desses casos foi contra Julian Reichelt, editor do portal populista Portal Nius, que defendeu seu direito à liberdade de expressão ao afirmar que Liebich não é uma mulher. Reichelt comentou: “Qualquer um que acompanhar a cobertura sobre o neonazista Sven Liebich só poderá chegar a uma conclusão: o governo anterior conseguiu forçar praticamente toda a imprensa alemã por lei a dizer uma inverdade e alegar coisas grotescamente falsas. Sven Liebich não é uma mulher”.
Outra reclamação de Liebich contra a revista Der Spiegel foi arquivada pelo Conselho de Imprensa da Alemanha, que considerou provável que ela tivesse alterado seus dados civis com o intuito de provocar o Estado, segundo a Deutsche Welle.
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