“Putin negou nosso direito de existir”, diz chanceler da Ucrânia

O chanceler da Ucrânia, Dmytro Kuleba, deu duras declarações nesta quarta-feira (23) contra o presidente da Rússia, Vladmir Putin, a que acusa de negar aos ucranianos “o direito de existir”. A declaração aconteceu na abertura da assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Antes de Kuleba, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, havia dito que Putin se “esconde” atrás dos sepatistas.

Ucrânia e Rússia estão a um passo do conflito militar por causa da decisão do governo russo de reconhecer as regiões de Donetsk e Luhansk como repúblicas separatistas ucranianas. O entendimento da comunidade internacional é o de que Putin infringiu os limites da soberania nacional.

Também nessa quarta (23), em Kiev, Zelensky solicitou que o parlamento ucraniano aprove um decreto de estado de emergência válido por 30 dias. O governo passou a permitir que civis portem armas, em mais uma medida diante da tensão geopolítica no Leste europeu.

“Temos confiança de que o futuro e a segurança da Ucrânia e da Europa estão sendo discutidos agora. É muito importante garantir ações dos monitores europeus de segurança”, disse o presidente ucraniano.

Os separatistas de Luhansk e Donetsk buscam a independência desde 2014, ano em que a Rússia aproveitou o conflito e anexou ao território outra porção do país vizinho, a Crimeia. Não é raro os separatistas usarem expedientes violentos. Recentemente, os ucranianos avançaram em um acordo para aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o que levou Putin a reagir.

Nos últimos dias, a crise aumentou com o envio de tropas russas à fronteira com a Ucrânia.