Eleições 2018/Operação PF

Antes favorito ao Senado, Marconi Perillo é 5° mais votado após desdobramentos da Cash Delivery

Ex-governador teve imóveis inspecionados por agentes federais e viu aliados, com o ex-coordenador de campanha de José Eliton (PSDB), Jayme Rincon, presos. Imagem deteriorada pode ter contribuído para queda nas intenções de voto e, mais tarde, nas próprias urnas

Liderança estadual por cerca de duas décadas, o ex-governador Marconi Perillo já podia vislumbrar uma nova eleição ao Senado antes da sexta-feira (28/9). Esta foi a data em que a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Cash Delivery, baseada em delações premiadas de executivos da Odebrecht e que relacionou o nome de Perillo ao recebimento de propina voltada à campanhas do tucano em 2010 e 2014. Com as repercussões da iniciativa na última semana antes do 1° turno, Marconi caiu para a 4ª posição nas pesquisas, quadro que se deteriorou e culminou na 5ª colocação apurada, com 7,55% dos votos válidos, segundo a contagem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em dados consolidados, o ex-governador ficou atrás de Vanderlan (PP), 31,35%; Jorge Kajuru (PRP), 28,23%; Wilder Morais (DEM), 14,43%; e da aliada Lúcia Vânia (PSB); 9,42%. Abaixo do Tucano, ficaram apenas Agenor (MDB, 3,56%); Professora Geli (PT, 2,41%), Luís Cesar Bueno (PT, 1,84%), Fabrício Rosa (PSOL, 0,83%); e Professora Magda Borges (PCB, 0,37%). Santana Pires (Patriotas) e Professor Alessandro Aquino não registraram votos. Das seis eleições que disputou, desde 1998, esta é a primeira que Perillo sai derrotado.

Em nota, Marconi comentou o resultado negativo com agradecimentos aos eleitores, a Deus, a goianos, e profissionais e apoiadores que “marcharam” com ele durante o tucanato. “Encerro essa disputa de cabeça erguida, com a cristalina convicção de que nosso legado ficará registrado na memória dos goianos e nos livros de história. Um marco sem precedentes de realizações, de transformações, de transparência e de honestidade”.

Confira a nota na íntegra:

Encerrada a apuração dos votos dos quase 3,5 milhões de goianos que compareceram às urnas para escolher seus representantes, as minhas palavras são de gratidão.

Gratidão a Deus, por estar sempre comigo nesta bela e recompensadora missão de dar as mãos ao nosso povo para ajudar a transformar Goiás num lugar cada vez melhor para se viver.

Gratidão e apreço pelos goianos, que me elegeram para sete mandatos, quatro deles como governador do meu Estado, confiança dispensada apenas a mim até hoje.

Gratidão aos amigos, profissionais e apoiadores que marcharam comigo nesta jornada, sempre obstinados e dispostos a dar o melhor de si mesmo diante das missões mais árduas.

Gratidão à minha família, que me apoiou mesmo diante de incontáveis dias longe de casa para cumprir a honrosa e elevada missão de servir à minha terra, à minha gente, ao meu Estado e ao meu País.

Encerro esta disputa de cabeça erguida, com a cristalina convicção de que nosso legado ficará registrado na memória dos goianos e nos livros de história. Um marco sem precedentes de realizações, de transformações, de transparência e de honestidade.

Gratidão, porque fizemos uma campanha limpa e democrática, na qual prevaleceu o desejo da maioria dos goianos, do maior ao menor município. É justamente assim que tem de ser e assim prosseguiremos.

Tenho agora a oportunidade de me dedicar muito mais à minha família, à minha saúde, aos meus amigos e ao meu primeiro neto, que em breve virá ao mundo.

Aos eleitos, meus sinceros votos de sucesso e a convicção de que se empenharão arduamente para manter Goiás no caminho do avanço e para recolocar o Brasil na rota do desenvolvimento econômico e humano.