SABATINA

“As fraturas expostas de Goiânia têm que ser resolvidas”, diz Samuel Almeida

Candidato a prefeito de Goiânia, Samuel Almeida, é entrevistado desta sexta-feira (30) do Mais Goiás.…

Candidato do Pros em Goiânia cancela agenda de rua por Maguito
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Candidato a prefeito de Goiânia, Samuel Almeida, é entrevistado desta sexta-feira (30) do Mais Goiás. Ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, o candidato do Pros participou da gestão do prefeito Iris Rezende (MDB) como secretário de Governo em 2017.

A entrevista é uma sequência às sabatinas realizadas pelo Mais Goiás e BandNews FM, que ouviu os seis mais bem colocados postulantes ao paço municipal de acordo com a primeira rodada da Pesquisa Ibope. Nesta semana, o portal conclui as entrevistas com os demais candidatos.

Acompanhe a série de perguntas e respostas:

Mais Goiás – Pros lançou candidato próprio em quantos municípios?
Samuel Almeida –  Temos várias candidaturas. Uma importante é em Planaltina, em Niquelândia também. Estamos em pelo menos 20 municípios com candidaturas para prefeito ou vice, além dos vereadores.
Mais Goiás – Qual a importância da candidatura em Goiânia?
Samuel Almeida – Participei da gestão do prefeito Iris Rezende (MDB), então conhecemos toda a dinâmica da cidade. Goiânia é o nosso “alvo” principal. Temos identificação com a cidade e aprendemos com o maior professor da história que é Iris. Começamos a trabalhar entendendo toda a complexidade da cidade, quais os problemas e quais as soluções que apresentaríamos como partido. Por isso propomos ações imediatas.
Mais Goiás – Por o sr ser próximo a Iris, então seria uma candidatura que daria continuidade à gestão dele?
Samuel Almeida – Não sou oposição a Iris. Aprendi com ele. A cidade é grande, tem demandas diferentes a cada época. Ele deu as respostas que eram urgentes, como as obras. E nós, caso eleitor nos escolha, vamos dar continuidade a essas obras. Eu entrei na política pelas mãos de Iris. As situações da saúde, do transporte, da educação que precisam de respostas. É por isso que teve um período que ninguém esperava, que é da pandemia, que mudou tudo em questões que já eram complexas. Isso abriu fraturas expostas que têm que ser resolvidas.
Mais Goiás – Talvez a primeira situação com que o novo prefeito terá que lidar serão as consequências da pandemia de covid-19. Como o sr se preparou para isso e como a cidade deve agir para amparar as pessoas?
Samuel Almeida – O governo federal mandou aporte de R$ 600 por pessoa, o que significa para a cidade de Goiânia uma perspectiva de R$100 milhões. A partir de outubro caiu para R$ 300, então já houve redução dos recursos para a capital. Já em 1º de janeiro não poderemos contar com isso. Por isso, proponho o Vale Creche, que vai ajudar a  proporcionar emprego novamente às mulheres.
Também propomos uma agência de desenvolvimento para atuar na criação de empregos nos bairros. O que queremos com isso é estimular a abertura de empregos. A cada emprego gerado, por exemplo, vamos desonerar o ISS e o IPTU para o pequeno empreendedor. Para isso, é preciso fazer parcerias. Goiânia é referência no polo têxtil e moveleiro. Uma proposta é criar um selo, a exemplo de algumas cidades do Sul do país, o que acaba estimulando a qualidade ao produto. O poder público tem que estar preocupado a partir de 1º de janeiro com emprego.
Mais Goiás – O sr fala em vale creche como uma solução paliativa para a educação. Como funciona e de onde viria os recursos?
Samuel Almeida – Vai custar menos de 1% que é gasto de Educação. Temos uma necessidade de pelo menos 8 mil vagas de creche. É preciso ter uma ação imediata de R$ 200 para as famílias. Em 2019, tivemos um gasto de Educação em Goiânia de R$ 1,3, deste valor foram gastos R$ 790 milhões, coisa de 26,5%. Assim, podemos atender duas situações. A primeira da própria falta de vagas e a segunda com a criação de empregos nos bairros, como cuidadores, ligados também ao trabalho na creche. Mas é uma medida de curto prazo.
Uma medida de médio prazo seria a construção de Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei), que seria necessário de pelo menos 54 ao todo para suprir as demandas atuais. O custo aproximado seria de mais R$ 200 milhões, com tempo aproximado de dois anos.
Mais Goiás –  O sr não detalha em seu plano de governo qual proposta para a Segurança Pública…
Samuel Almeida – Temos uma guarda metropolitana, que é eficiente. Vamos fortalecer parceira de inteligência com a Polícia Militar e a Polícia Federal. Aliado a isso, precisamos avançar na tecnologia, com instalação de câmera nas principais vias. Também iluminação de Led, para isso é preciso de reengenharia para cabeamento. Isso tudo está atrelado à segurança e vai ser eficiente no combate à criminalidade. O goianiense tem que ter prazer de estar nas praças, na vida noturna. Nossa gestão vai estar preocupada com isso. Quem pensa Goiânia tem que ter isso em mente. Eu me preparei para ser prefeito de Goiânia. Temos muito candidatos que são caça-prefeitura, cada dia procurando um lugar novo para ser prefeito, como um projeto de poder.
Mais Goiás – O sr propõe um modelo diferente no transporte público em Goiânia. Como seria? Seria preciso enfrentar as empresas para mudar o atual modelo?
Samuel Almeida – O modelo que é praticado hoje não deu certo. O que se mostrou ao longo dos anos é que esse modelo de transporte coletivo, que sempre foi pensado pelo poder privado não funciona e precisa ser deixado de lado. É preciso criar uma nova malha de linhas, com trajetos diretos e curtos, com bilhetes únicos temporais. Não será preciso passar por terminais. Hoje o empresário recebe por passageiro. O poder público precisa participar para regular.
Mais Goiás – A saúde durante a pandemia se mostrou ainda mais precária e necessária…
Samuel Almeida – Se resolve boa parte dos problemas de saúde com boa gestão. Atenção primária deve ser priorizada, pois tem baixo custo e inibe o agravamento de doenças, que tem maior custo para Estado. Grande parte dos problemas aparecem com a demora de atendimento. O que poderia ser atendido na atenção primária, com a demora ou mesmo o não tratamento na fase inicial, gera um paciente de alta complexidade, com tratamento muito caro. O que precisamos ter é gestão.