NARRATIVAS

Em Aparecida, Bolsonaro fala em “perseguição sem fim” e reforça estratégia para 2026

Ele também citou "forças ocultas" que favorecem adversários políticos

Bolsonaro falou em "forças ocultas" em discurso feito na Câmara de Aparecida de Goiânia (Foto: Jucimar de Sousa)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar em “perseguição sem fim” contra ele e seu grupo político. Sem citar nomes, mencionou a existência de “forças ocultas” que, segundo ele, favorecem o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante discurso na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, na noite desta quinta-feira (19/6), Bolsonaro também reforçou sua principal estratégia para 2026: ampliar a base aliada no Congresso como forma de retomar o poder e mudar os rumos do país.

“Me dê 50% da Câmara, 50% do Senado que eu mudo o destino do Brasil”, afirmou, sob aplausos de apoiadores e lideranças do PL. O ex-presidente foi homenageado com o título de cidadão aparecidense em sessão solene na Casa. No discurso, Bolsonaro não fez menção às candidaturas ao Governo. Atualmente, o nome do senador Wilder Morais (PL) é tratado como pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas. 

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A prioridade do ex-presidente, entretanto, é trabalhar para fortalecer sua base de apoio no Congresso Nacional. Bolsonaro citou o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, como exemplo de liderança que só conseguiu implementar reformas após conquistar ampla maioria legislativa. “Deram mais de 70% e ele mudou El Salvador”, declarou.

Visivelmente debilitado, o ex-presidente afirmou estar enfrentando problemas de saúde. “Vomito 10 vezes por dia”, revelou, ao pedir desculpas ao público. Ainda assim, garantiu que continuará ativo politicamente. “A pior coisa que pode acontecer é jogar a toalha. É falar que ninguém vai resolver nada. Passamos décadas de joelhos, aceitando a esquerda ocupar espaços”, disse.

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No discurso, também voltou a criticar o governo federal e a tentativa de regulação das redes sociais, que ele considera uma forma de censura. “Eles vão dizer o que você pode ou não pode falar. Mais fake news do que a grande imprensa já faz é impossível.”

Em tom messiânico, Bolsonaro relembrou sua trajetória e atribuiu sua eleição à Presidência à “mão de Deus”. “Ninguém acredita, eu acredito que foi a mão de Deus que decidiu tudo, não só na minha vida, mas também no mandato.” Ele também exaltou símbolos e valores conservadores. “Voltamos a admirar a nossa bandeira, a cantar o hino, a falar em Deus, em família e na inocência da criança na sala de aula.”