DESABAFOU

‘Caguei pra prisão’, diz Bolsonaro após denúncia da PGR

Ex-presidente desabafou durante discurso no 1º Seminário de Comunicação do PL

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante discurso no 1º Seminário de Comunicação do PL (Foto: Reprodução)

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) reagiu com ironia à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e pareceu não se preocupar com a possibilidade de ser preso. A declaração aconteceu durante um discurso feito na manhã desta quinta-feira (20) durante o 1º Seminário de Comunicação do PL. “O tempo todo… Vamos prender o Bolsonaro. Caguei para a prisão!”, declarou o ex-presidente, sendo interrompido por apoiadores que passaram a gritar “Mito, mito, mito”.

A declaração ocorre dois dias após a PGR denunciar Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob a alegação de que ele teria comandado um grupo que articulou um golpe de Estado para se manter no poder. A peça também envolve ex-ministros e assessores próximos do ex-presidente, com base em depoimentos, documentos e trocas de mensagens que indicariam uma tentativa de ruptura institucional.

Bolsonaro seguiu o discurso afirmando que seu governo foi alvo de perseguição e destacou valores recuperados por colaboração premiada e acordos de leniência. “A turma devolveu 5 bilhões em delação premiada. Empresários que negociaram a devolução de 15 bilhões em acordo com a leniência, sem problema”, disse.

O ex-presidente foi acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de praticar os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e participação em uma organização criminosa. Somadas, as penas máximas chegam a 43 anos de prisão, sem contar os agravantes.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) acusou Bolsonaro de tentar abolir violentamente o Estado democrático de Direito, de dar um golpe de Estado, de causar danos qualificados pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, de deteriorar o patrimônio tombado e de participar de uma organização criminosa. As penas máximas para esses crimes, somadas, podem chegar a 43 anos de prisão, sem contar os agravantes.

O ex-ministro Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de 2022 e está preso preventivamente, está entre as 33 pessoas denunciadas juntamente com Bolsonaro.

Também foram denunciados os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Anderson Torres (Justiça), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada e deve obter benefícios.

A lista dos denunciados inclui 23 militares das Forças Armadas, dos quais sete são oficiais-generais.  A Aeronáutica foi a única força que não teve investigados.