POLÍTICA

Câmara aprova ‘Orçamento de guerra’ em primeiro turno

Deputados aprovaram as mudanças feitas pelos senadores, que incluíram mais amarras para compra de títulos pelo Banco Central

Câmara aprova MP que aumenta salário mínimo para R$ 1.045
A Câmara aprovou na noite de hoje (26) a Medida Provisória 919/20, que aumenta o salário mínimo para R$ 1.045 em 2020. O texto segue para análise para o Senado.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira, em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria o “Orçamento de guerra”, que facilita os gastos do governo no combate ao novo coronavírus. Foram 481 votos a favor e 4 contra. A ideia é votar o segundo turno ainda nesta segunda-feira. Os deputados ainda precisam votar os destaques da proposta.

A proposta, apoiada pelo governo, tem o objetivo de dar mais segurança jurídica e permitir a ampliação das despesas públicas sem as amarras que restringem os gastos federais. Além disso, divide os gastos regulares das despesas destinadas ao enfrentamento do coronavírus.

O projeto também permite que o Banco Central compre títulos públicos e títulos privados de crédito no mercado secundário.

O texto foi votado pela Câmara no início do mês e enviado para votação no Senado. Os senadores fizeram modificações no projeto e aprovaram no último dia 17. As mudanças foram votadas pela Câmara nesta segunda-feira.

Antes da última votação, o relator na Câmara, deputado Hugo Motta (MDB-PB), fez duas modificações. Primeiro suprimiu um trecho que previa que as empresas beneficiadas pelos operações do Banco Central deveriam se comprometer a manter os empregos.

Depois, o relator retirou do texto um trecho que especificava quais tipos de títulos privados de crédito o Banco Central poderia comprar. Dessa maneira, o BC poderá atuar no mercado de maneira mais ampla.

As alterações são supressivas, portanto o projeto não precisa voltar para o Senado. Após a aprovação em segundo turno, o projeto será promulgado pela Mesa do Congresso Nacional para entrar em vigor.

O deputado diz que a aprovação é fundamental para que o Executivo continue a desembolsar recursos para o combate ao coronavírus. Ele relata que foi informado pelo governo de que, caso a proposta não fosse aprovada esta semana, não haveria espaço fiscal para mais gastos.

– A PEC é fundamental porque neste momento o governo precisa tomar medidas orçamentárias para auxiliar o Ministério da Saúde e combater o coronavírus. A aprovação também serve para o socorro aos estados e municípios. Só podemos votar esse auxílio com a PEC, já que haveria impedimentos para a liberação (de dinheiro) com as travas do teto de gastos e da regra de ouro – diz Hugo Motta.