JUSTIÇA

Cassado por compra de votos, prefeito de Joviânia posta mensagens de apoio

Mensagens atribuem decisão da Justiça de cassar o prefeito de Joviânia à inconformidade de adversários com derrota

Prefeito cassado de Joviânia, Max Barbosa: mensagens de apoio (Fotos: Instagram)
Prefeito cassado de Joviânia, Max Barbosa: mensagens de apoio (Fotos: Instagram)

Quase 15 horas de depois de ter o mandato cassado pela juíza Danila Cláudia Le Sueur Ramaldes, da 45ª zona eleitoral de Pontalina, o prefeito de Joviânia, Max Barbosa, publicou no Instagram um storie com recortes de mensagens de apoiadores que ele diz ter recebido. Max foi cassado em razão de evidências que apontam para compra de votos e abuso de poder econômico nas eleições de 2024.

No começo da manhã, ele havia pedido aos seguidores que ficassem atentos ao Instagram dele por volta das 10h, mas a expectativa em torno de um possível esclarecimento não se confirmou. Por volta de 11h50, ele escreveu também nos stories: “por mim, as eleições já acabaram. Para outros, ainda não”.

O processo tem informações que indicam a existência de uma rede de aliados que intermediaram a compra de votos por meio de transferências bancárias via pix e entrega em dinheiro em espécie nos meses e dias que antecederam a eleição.

Essa rede seria formada por Max Pereira Barbosa Filho (filho do prefeito eleito), Willian Pereira Barbosa, Luciano Henrique Rezende, Daniel Marinho, Arthur H. Almeida Souza, João Batista Dias, Raissa Naves Silva Laranjeira, João Paulo Ferreira Rezende (vereador eleito, agora cassado), Paulinho Sousa Rezende, Fernanda da Medalha Ferreira, Lucas Nicomedes Camillo, Flávio Martins de Sousa (vereador eleito, agora cassado) e Huguinei Ilário.

Depoimentos

Adelzizio Pereira Borges, um dos eleitores que teriam sido “comprados”, disse em depoimento que recebeu uma ligação do filho do prefeito no dia 29 de setembro de 2024, um domingo, e Max Filho teria feito a proposta de repasse de R$ 1 mil de imediato e outro valor idêntico após a eleição, se Max vencesse. Adelzizio disse que não concordou com o parcelamento e Max repassou R$ 2 mil de imediato.

Outro depoente, chamado Gustavo Daniel Correia dos Santos, afirmou ter recebido uma ligação de João Paulo, que viria a ser eleito vereador, convidando para ir à loja física dele no município. Ao chegar no local, Gustavo teria recebido pix de R$ 100 com a promessa de que se ele, João Paulo, e Max Barbosa fossem eleitos, seriam pagos outros R$ 300 (que de fato foram creditados no dia R$ 12 de outubro).

Uma terceira testemunha, Ricardo Henrique da Silva, disse que foi abordado no dia 5 de outubro de 2024 em uma praça da cidade com a proposta de retirar o adesivo do candidato adversário e colocar o de Max em troca de R$ 3 mil. Ricardo afirmou que recebeu uma primeira parcela, de R$ 1 mil, no mesmo dia, e como não o resto do valor não foi depositado ele resolveu fazer a denúncia.

Leia também

Assuntos semelhantes