Deputados do PL na Alego divergem sobre aproximação entre Bolsonaro e Caiado
Eduardo Prado diz que aproximação é 'incongruente'

A base de deputados do PL na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) ainda digere a aproximação entre o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) com o ex-presidente da República e presidente de honra da sigla liberal, Jair Bolsonaro. O trio de parlamentares se posiciona na oposição da gestão estadual e divergem em torno do assunto.
Dos três, o mais contundente e crítico a relação entre ambos é o deputado estadual Eduardo Prado (PL) que se coloca como pré-candidato ao Paço Municipal em 2024 pelo partido. Major Araújo (PL) diz que entende que o ex-presidente Jair Bolsonaro não esteve no Palácio das Esmeraldas como presidente do partido. “Ele estava ali por sua relação pessoal com o governador.”, salientou ao Mais Goiás.
Do trio de parlamentares, o único que não falou com a reportagem do portal, foi o deputado estadual Paulo Cézar Martins, devido a um problema pessoal. No entanto, tanto Prado como Araújo reforçam que sua postura oposicionista ao governo Caiado faz com que o ex-emedebista também tenha restrições à aproximação.
Unanimidade: aliança com Caiado, que história é essa?
Mas se há uma coisa em comum entre os parlamentares, está na resistência que ambos têm a uma aliança institucional entre o PL e o governador Ronaldo Caiado. Não há o que se falar nisso, haja vista, que ambos estão no partido para fazer oposição à gestão estadual.
Logo, não há o que se falar em caminharem juntos com o candidato apoiado pelo governador Ronaldo Caiado nas eleições 2024 em Goiânia, onde tanto Eduardo Prado como Major Araújo possuem suas respectivas bases eleitorais. A hipótese foi levantada pelo próprio Bolsonaro em entrevista coletiva concedida na último sábado. Questionado sobre a possibilidade, o ex-presidente disse que não teria “dificuldade” em estar com Caiado no pleito.
Ao Mais Goiás, Eduardo Prado diz que o assunto sobre eventuais alianças será tratado no período próximo ao período eleitoral e que a legenda trabalha internamente para pavimentar candidaturas próprias. O parlamentar também reforça que é dificil que a base peelista caminhe com Caiado nas eleições 2024, especialmente pelo processo que o União Brasil move contra a chapa de deputados estaduais do PL.
“Eu respeito o posicionamento do presidente Bolsonaro, mas não sei se ele sabe que o governador Ronaldo Caiado e o União Brasil mantém uma ação, assinada pela própria Anna Vitória [filha do governador] contra a chapa de deputados estaduais do PL. Se souber, talvez mude de ideia”, salienta.
É justamente este processo que empurra a base peelista para a oposição do Governo Estadual. “Não dá para falar em aproximação do Caiado com a base do PL na Alego, enquanto ele estiver mantendo essa ação”, pontua. “É no mínimo incongruente como é a aproximação dele com Bolsonaro”, salienta.
Tanto Major Araújo como Eduardo Prado, no entanto, garantem que as executivas estaduais e nacionais têm defendido candidaturas próprias para Goiânia. “A conjuntura atual, o que nos foi apresentado pelo senador e presidente do partido em Goiás, Wilder Morais é que teremos candidatura própria. Até que ele nos chame e diga o que está à mesa, defendo que o partido lance candidatura em Goiânia”, destaca Prado.
Ele pontua os nomes que já estão conhecidos da população goianiense. “Temos dentro do partido excelentes quadros. Eu coloco minha pré-candidatura, mas há também a do Major Araújo, a do próprio deputado federal Gustavo Gayer que tem feito um trabalho de oposição muito bom na Câmara”, salientou.
Major Araújo, descarta seu nome mas endossa o dos colegas. Cita especialmente o de Prado e Gayer. E é intransigente com relação à candidatura própria. Ao ser questionado sobre um eventual apoio a Vanderlan Cardoso, do PSD, o deputado estadual mostra contrariedade. “A conversa de aliança com outros partidos sempre existe. Mas é certo que o PL vai encabeçar a chapa. Se tiver alguma coisa no sentido contrário a isso, vamos ter que conversar com a direção do partido para definir os novos rumos”, pontua.