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Em volta de sessões ordinárias da Alego três PLs pela redução do ICMS são apresentados

A primeira sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) teve três projetos apresentados pela…

Vetos da governadoria deixam de ser votados mais uma vez por falta de quórum
Vetos da governadoria deixam de ser votados mais uma vez por falta de quórum

A primeira sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) teve três projetos apresentados pela redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Cláudio Meirelles (PTC), Humberto Teófilo (PSL) e Eduardo Prado (PV) apresentaram matérias deste tema, nesta terça-feira (18).

Eduardo Prado apresentou uma matéria específica para a redução da alíquota do ICMS dos combustíveis. Caso aprovado, o decréscimo para a gasolina, hoje 30%, cairia para 15%. O etanol teria uma diminuição de 23% para 12%.

“É um imposto estadual. Ou seja, cabe ao Governo decidir a alíquota. Inclusive, foi proposta de campanha do governador a redução”, diz Prado, que é vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor. Segundo ele, “Goiás apresenta a terceira alíquota mais alta do Brasil, o que acaba por onerar toda a cadeia produtiva do Estado, além do cidadão que abastece veículos”.

Já na matéria de Teófilo, fica alterada a Lei nº 11.651/1991. São pontuados no artigo 27: “Art. 1º A Lei nº 11.651, de 26 de dezembro de 1991, que institui o Código Tributário do Estado de Goiás, passa a vigorar com as seguintes alterações: i)     operações internas com energia elétrica, inclusive para o consumo em residências de famílias consideradas de baixa renda, conforme definido em regulamento; (…) X- 14% (quatorze por cento), nas operações internas com óleo diesel, gasolina e álcool carburante.”

Meirelles, por sua vez, quer que o Governo abra mão do imposto. “O Governo Federal disse que abre mão de tudo se o Governo Estadual abrir. Só do Federal são quase R$ 0,80 em cima da gasolina.” Cláudio afirma que o ICMS é um imposto sobre o lucro do posto. “O cidadão paga por tudo isso. Imposto sobre imposto.” Para ele, é possível apensar os três projetos e montar um só. “Acredito que tudo venha a somar.”

Mudança no momento de incidência

Além dos projetos pela redução ou retirada, foi apresentado, ainda, um PL para a estabelecer e fixar o momento de incidência do ICMS na gasolina e no etanol anidro. Proposta pelo deputado Chico KGL (DEM), a matéria prevê a incidência da seguinte forma: “Gasolina: na saída do produto da refinaria, tornando-se por base cálculo o preço praticado pela mesma; Etanol Anidro: na saída do produto das usinas produtoras, tomando-se por base de cálculo o preço médio ponderado praticado pelas usinas produtoras em que a Petrobrás tiver participação.”

Segundo a justificativa do deputado, “a simples definição desses dois parâmetros para a composição do ICMS incidente no combustível em Goiás terá força suficiente para baixar o preço dos mesmos nas bombas para o consumidor final”.

CPI, mas não sobre ICMS

O deputado Alysson Lima (Patriota) não propôs matéria nesse sentido, mas levantou, também nesta terça-feira, a possibilidade da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cartel dos Postos em Goiás. O assunto difere da questão do imposto, mas teria vindo de um clamor conjunto.

Segundo ele, a ideia foi ventilada nas redes sociais após o surgimento de campanhas pela retirada do ICMS: o “zera ICMS”. E também por conta do suposto alinhamento de preços dos postos de combustível. “Mas a CPI vai apontar o ‘canhão’ especialmente para a possibilidade de existências de cartel, em Goiás.”

O deputado afirma que o clamor da sociedade tem sido muito forte nesse sentido. “A CPI tem uma força muito grande para dar mais visibilidade para o assunto e investigar. É uma briga que não quero comprar sozinho, mas é importante que a base esteja junta com a oposição. Se os deputados concordarem comigo, vamos propor, sim.”

Nova oposição

Uma grande alteração nesse encontro de terça-feira foi, também, um posicionamento mais duro de três parlamentares que antes se diziam base do governo Caiado: Humberto Teófilo, Major Araújo e Eduardo Prado. Este último, inclusive, fez uso do pequeno expediente para sugerir o impeachment do governador.

O parlamentar afirmou que o governador Ronaldo Caiado (DEM) cometeu ato de improbidade administrativa ao suspender cerca de R$ 1 milhão de suas emendas para o interior por conta de seu voto contrário na Reforma Administrativa, no ano passado. “Se essas emendas não forem pagas, faço questão de pedir o impeachment do governador Ronaldo Caiado, já que essas emendas fazem parte do Orçamento Impositivo e com isso ele, o governador, estaria cometendo um ato de improbidade administrativa.”

Vale destacar que, atualmente, a base do governo na Assembleia conta com 26 de deputados. Este é o número “consolidado”, segundo o líder governista, Bruno Peixoto (MDB). Karlos Cabral (PDT) e Virmondes Cruvinel (Cidadania), diferente dos três citados, estariam em conversações para o retorno a base – com anuência e aprovação dos 26 –, conforme Peixoto.

Karlos, de fato, afirmou nunca ter deixado a base. Já Virmondes se disse “autônomo”. “Respeito muito o governador, mas tenho minhas divergências. O que ficou claro através de minhas votações. Não teve diálogo [comigo] e nem nenhum interesse”, declarou o parlamentar do Cidadania acerca de conversas pelo seu retorno.