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IPTU: Vereadores têm mais a perder que prefeito, diz cientista político

Os vereadores têm mais a perder com desgastes relativos ao aumento do Imposto Predial e…

Câmara Municipal 'estica feriado' para atualizar sistema e não realiza sessão nesta quinta
Câmara Municipal 'estica feriado' para atualizar sistema e não realiza sessão nesta quinta (Foto: TV Câmara - Divulgação)

Os vereadores têm mais a perder com desgastes relativos ao aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em Goiânia do que o prefeito Rogério Cruz (Republicanos). A avaliação é do cientista político Guilherme Carvalho, que aponta a eleição de 2022 como um ponto de desgaste para os parlamentares.

Segundo o analista, a preocupação é muito maior com os desgastes causados pelo aumento do IPTU para os vereadores, já que alguns deles irão disputar a eleição em 2022. Neste sentido, há menor tempo para que eles, do Legislativo, diminuam os efeitos negativos da aprovação do Código Tributário que gerou aumento no imposto para alguns imóveis em Goiânia.

“Tanto é que vereadores tem dado a tônica do debate. A prefeitura não tem imposto a narrativa dela, talvez por algo acordado entre eles. Já que eles precisam equilibrar os desgastes com o Paço”, avalia.

Terceirização da culpa sobre aumento do IPTU em Goiânia

É por isso que os vereadores buscam “terceirizar” a culpa pelo aumento do imposto em Goiânia. Eles alegam que foram “enganados” pelo Paço Municipal, que não mostrou aumentos acima de 55% no imposto para alguns contribuintes.

Um dos vereadores chegou a se vestir de palhaço durante a primeira sessão do ano realizada na terça-feira.

Guilherme Carvalho aponta que, assim, a condução da prefeitura tem sido melhor nos bastidores, de forma discreta e assertiva. “Pois, consegue fazer com aquilo que ela quer, ou seja, que o IPTU seja executado. Reduzindo os custos políticos para todos os envolvidos”, diz.

O que a prefeitura diz sobre o aumento do IPTU?

Em coletiva de imprensa na segunda-feira (31), o secretário de Governo, Arthur Bernardes, e o secretário-executivo de Finanças, Lucas Morais, disseram que o tributo não teve viés arrecadatório.

Além disso, reforça que os reajustes devem obedecer ao limitador de 45%, mas a correção da inflação, que é de cerca de 10% em 2021. Sobre reajustes acima, eles disseram ue os casos devem ser analisados de forma separada.

Ainda segundo a prefeitura, foram 7,5% dos imóveis com aumentos acima de R$ 500 (indo até mais de R$ 4 mil), tendo mais da metade garantido uma redução ou isenção. A pasta de Finanças ressaltou, ainda, que são 45.095 imóveis em Goiânia (10,6% do total) com valor venal até R$ 120. Estes estão isentos do IPTU.