“Riqueza de Senador Canedo não chega a quem mais precisa”, diz Júlio Pina

A exemplo das entrevistas realizadas em Goiânia, o Mais Goiás partir desta quarta-feira (4) inicia sabatina com candidatos a prefeito de Senador Canedo. O primeiro entrevistado é o deputado estadual Júlio Pina (PRTB).

Eleito em 2018 com 13.148 votos, o Júlio Pina foi secretário de saúde em Senador Canedo e ocupa a presidência municipal do partido. Ele já foi candidato a vereador e a prefeito pelo município.

Confira a entrevista:

Mais Goiás – O senhor concorre contra um candidato aliado do senador Vanderlan Cardoso (PSD), Fernando Pellozo (PSD) e o atual prefeito Divino Lemes (Podemos), que tenta a reeleição. Qual sua estratégia para tentar se destacar frente a essas duas forças?

Júlio Pina – Na verdade, estamos enfrentando duas grande máquinas. A gestão municipal, que faz campanha com dinheiro público e o grupo do atual do senador que mandou na cidade por 16 anos. O prefeito atual teve a oportunidade de fazer e não fez. O senador também poderia ter feito mais e não fez. Estamos contando com votos de quem quer mudar. São 31 anos que dois grupos políticos comandam a cidade e vejo que há uma tendência da população para a mudança.

Temos o apoio do vice-presidente, o general Hamilton Mourão. O meu partido não usa recurso público em campanha política. Não podemos tirar o dinheiro que iria para a Saúde, Educação para financiar campanha. Por isso, usamos na maioria recursos próprios. Mesmo porque nossa campanha é muito barata.

Mais Goiás – O senhor é deputado estadual. O que senhor pensa para a cidade que já não está contemplado pelas gestões anteriores?

Júlio Pina – Estamos preparados com propostas, com vários projetos que elaboramos que vêm ao anseio da população. Nós vamos barrar esses dois grandes grupos que são endinheirados, mas o voto é diferente. Estou muito otimista, principalmente pela população mais humilde. O prefeito elaborou um cartão parecido com o meu de R$ 400. Vou deixar o meu de R$ 300, com a diferença que eu vou cumprir.

Mais Goiás – Um dos grandes problemas de Senador Canedo é a distribuição de água. A distribuição é municipalizada. Qual é o problema? Como resolver?

Júlio Pina – Esse problema tem 30 anos. Passou vários prefeitos e ninguém fez nada. Nossa proposta é trazer uma adutora direto do Rio Caldas para Senador Canedo. Para isso, vamos protocolar o pedido junto à Saneago.  Além de baixar o valor da água para R$ 9,90 para quem recebe abaixo de dois salários mínimos.

Mais Goiás – Tem recursos para isso?

Júlio Pina – A Sanesc [a Agência de Saneamento de Senador Canedo] tem faturamento de R$ 3 milhões. por mês. O que é dinheiro suficiente para fazer investimento. Se for preciso a gente busca mais investimentos de outra fonte. Mas entendo que a Sanesc tem recurso suficiente para fazer essa adutora até por que a distância é muito pequena.

Mais Goiás – Se tem esse recurso por que não foi solucionado?

Júlio Pina – Infelizmente, os governantes que passaram não deram prioridade. O Rio Caldas é de grande porte na região, no município de Caldazinha e Silvânia. Agora infelizmente não investiram nisso. Preferiram deixar falta água na casa das pessoas do que investir na estrutura da própria Sanesc.

Mais Goiás – No seu plano de governo há a intenção de militarizar escolas em todas as regiões do município. Qual é a efetividade deste plano, em que ele melhoraria a educação no município?

Júlio Pina – Na verdade não é militarizar a escola. Como deputado consegui destinar para Senador Canedo quase R$ 15 milhões. Com isso, conseguimos militarizar duas escolas, da Vila Galvão e do Jardim das Oliveiras. Como prefeito queremos criar escolas de tempo integral, uma em cada região, uma na Vila Galvão, na Região Central, e no Jardim das Oliveiras. Nelas, a criança não vai estudar o tempo inteiro, tem outras atividades.

Mais Goiás – E tem recurso para isso?

Júlio Pina – A Educação é a secretaria com mais recurso. O que está faltando é gestão.

Mais Goiás – O sr também fala na construção de um complexo de saúde, com um hospital de urgências municipal. Qual seria o custo desta obra e de onde viria os recursos?

Júlio Pina – Esse complexo da saúde vem com centro de atenção ao diabético, com pronto socorro para criança, clínica do homem, centro de hemodiálise, centro de atenção para diabéticos, farmácia popular, centro de ortopedia e fisioterapia. Para fechar, um grande hospital de urgência de Senador Canedo. É como se fosse uma cidade da saúde que vamos criar.

Mais Goiás – E os recursos?

Júlio Pina – É bom ressaltar que Senador Canedo tem R$ 50 milhões por mês. Buscamos parcerias e temos R$ 30 milhões para iniciar a construção disso. Estive várias vezes com o general Mourão e ele me deu apoio para buscar recursos junto ao governo federal. Falei com o governador. Assembleia, governo federal, governo do estado e município.

Mais Goiás – Para geração de empregos, o sr disse em entrevista recente que pretende atrair 200 empresas. Como?

Júlio Pina – Senador Canedo é uma cidade que geograficamente está no centro da país, que está bem localizada. O que desperta interesses das empresas. O que precisa é dar estrutura para isso. Como deputado articulei a vinda de 130 empresas da Zona Franca de Manaus para cá. Conseguimos isenção do imposto junto a secretaria de Estado da Economia e ao governo Ronaldo Caiado. Infelizmente a contraparte do município não foi feita ainda. Vamos garantir que essas empresas se instalem e atrair outras para garantir 200 empresas em Senador Canedo com criação de 10 mil empregos.

Mais Goiás – Qual contrapartida do município seria essa?

Júlio Pina – Asfalto, água e energia, além do terreno. A área foi comprada, mas infelizmente não fez a contrapartida. A partir de janeiro vamos ir atrás dessas 130 empresas que deixaram de se instalar em Senador Canedo por falta de apoio. A parte do estado está resolvida.

Mais Goiás – Cartão benefício com renda inferior a dois salários mínimos.

Júlio Pina – Hoje a intenção é entregar o benefício para no mínimo 1 mil pessoas. Senador Canedo é uma cidade rica, mas essa riqueza  não chega a quem mais precisa. O cartão é para ajudar nas despesas básicas, na complementação da renda familiar. A gestão atual disse que fará um de R$ 400, mas em quatro anos não deu R$ 10.