GOIÂNIA

Rogério Cruz veta PL que pretendia tornar atividade religiosa essencial

O projeto, do vereador Dr. Gian, foi aprovado na Câmara Municipal ainda no início de fevereiro

Mulher ajoelhada em igreja de Goiânia
Emenda que isenta de IPTU imóveis alugados por igrejas acaba em discussão na Câmara (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás

O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) vetou integralmente o projeto (PL) de lei que pretendia considerar atividades religiosas como essenciais em Goiânia. O veto foi publicado no Diário Oficial do Município de quarta-feira (3). O chefe do Executivo argumenta que é preciso haver dinamicidade para decisões de abertura e fechamento de atividades na tentativa de conter o coronavírus.

Rogério Cruz, que é pastor licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, argumenta que “a espiritualidade tende a ser um recurso importante para muitas famílias, podendo contribuir no enfrentamento aos desafios da vida, na adaptação e na resiliência às perdas”. No entanto, aponta que não parece haver norma estadual ou federal que autorize a abertura de templos para a realização de atividades religiosas em tempos de crises oriundas de moléstias contagiosas ou catástrofes naturais.

No veto, o prefeito ainda aponta que o texto pretende transformar em estático algo que é, por sua natureza, dinâmico: critérios para evitar a propagação do vírus na cidade de Goiânia. Em outras palavras, não se poderia enrijecer, via previsão legal, critérios destinados a evitar a expansão de uma pandemia, já que isso depende de estudos e análises dos órgãos técnicos vinculados ao Poder Executivo.

“Diante da dinamicidade de uma pandemia, a matéria deve ser, portanto, regulamentada via atos que requerem tramitação mais célere, a serem editados pelo Poder Executivo, os quais podem ser rápida e sistematicamente alterados, a fim de se adequar à atual situação epidemiologia e de contágio do vírus”, argumenta.

O projeto, do vereador Dr. Gian (MDB), foi aprovado na Câmara Municipal ainda no início de fevereiro.

O veto do prefeito está em um contexto em Goiânia está com 99% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados na rede privada, correndo o risco de ter colapso no sistema de sáude. Atualmente, o município inclui zona de calamidade expressa pelo mapa de calor da Secretaria de Estado da Saúde (SES).