VIOLÊNCIA

Advogado acusa policiais militares de agressão em confusão em Goiânia; vídeo

Um advogado acusa policiais militares do Giro de agressão e tortura após, supostamente, ele ter tentado…

Foto: Reprodução

Um advogado acusa policiais militares do Giro de agressão e tortura após, supostamente, ele ter tentado defender um flanelinha de ameaças e violências por partes dos agentes. Em um vídeo, um policial aparece desferindo socos em um homem que seria o advogado. A confusão ocorreu na tarde desta quarta-feira (21), em frente ao Camelódromo da Praça da Bíblia, em Goiânia.

Em relato nas redes sociais, o advogado Júlio Meirelles contou que o também advogado Orcélio Júnior foi agredido após constatar que um policial militar estava ameaçando um “flanelinha” na região do Terminal Praça da Bíblia. De acordo com ele, ao questionar o abuso de autoridades, Orcélio foi agredido com socos e foi imobilizado pelos PMs.

Em um vídeo que já circula nas redes sociais, policial aparece dando tapas e socos num homem imobilizado e caído no chão, que seria o advogado Orcélio. Em outro, o defensor aparece machucado e falando sobre o ocorrido. Ele conta que foi agredido também no pátio da delegacia de Polícia e durante a triagem. Ainda segundo ele, um policial civil que não quis se identificar teria visto a agressão, mas não interviu.

 

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OAB acompanha caso

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) repudiou o ocorrido e afirmou que a “truculência e o despreparo demonstrados pelos policiais nos vídeos chocam, basicamente, pelo abuso nítido na conduta dos policiais, que agiram de forma desmedida, empregando força além da necessária para o caso, em total descompasso com as garantias constitucionais, legais, e até mesmo contra as disposições contidas no Procedimento Operacional Padrão (POP) da Polícia Militar do Estado de Goiás”.

A entidade também exigiu “providências imediatas do Governo de Goiás, da Secretaria de Segurança Pública, bem como da Corregedoria da Polícia Militar, quanto ao imediato afastamento dos responsáveis pela agressão, abertura de procedimento investigatório contra todos os agentes estatais envolvidos, para que sejam prontamente identificados e processados por crime de abuso de autoridade (Lei n. 13.869/2019), e outras eventuais tipificações condizentes às rigorosas sanções administrativas e criminais”.

“A OAB-GO, por meio de sua Comissão de Direitos e Prerrogativas (CDP), e da Comissão de Direitos Humanos (CDH), já acompanha os procedimentos policiais, e permanecerá firme no exercício da sua função social de defesa da população e da democracia, contra todos os excessos e sempre buscará junto aos órgãos competentes a aplicação da Justiça como punição aos abusos praticados pelos agentes do Estado”, finalizou.

A reportagem do Mais Goiás também entrou em contato com a Polícia Militar e a Polícia Civil, cujo um dos agentes foi citado pelo advogado, e aguarda um retorno. O espaço permanece aberto.

Atualização:

A Polícia Militar declarou, em nota, que a abordagem do Giro ocorreu devido a uma denúncia de extorsão contra o flanelinha, que estaria “coagindo as pessoas a pagarem para estacionar veículos em via pública”. A corporação disse ainda que o advogado agredido teria invadido o perímetro de segurança e agredido um dos policiais militares com um soco no rosto.

A PM diz ainda que um Procedimento Administrativo Disciplinar foi instaurado para apurar os fatos e o policial envolvido, afastado. Veja a nota:

“A propósito do pedido de nota relativo à ocorrência do GIRO em frente ao camelódromo da Avenida Anhanguera em Goiânia, a Polícia Militar de Goiás informa o que segue: 

A abordagem da equipe do GIRO foi motivada por denúncia de extorsão e ameaça praticada por um “flanelinha” que, segundo o denunciante, estava coagindo as pessoas a pagarem para estacionar veículos em via pública, em frente ao terminal da praça da bíblia. Foi verificado no sistema de segurança pública, que o “flanelinha” possui registros com histórico criminal de roubo, ameaça, desacato e três mandados de prisão cumpridos, estando atualmente em liberdade condicional.

De acordo com relatos da equipe do GIRO, durante a realização da abordagem ao referido “flanelinha”, uma pessoa que disse ser ADVOGADO, invadiu o perímetro de segurança, porém ao ser solicitado que mostrasse sua identificação, este se recusou e ainda desferiu um soco no rosto de um dos policiais militares, quando o policial tentou afastá-lo do local da abordagem.

Após a abordagem, todos os envolvidos foram conduzidos para a central de flagrantes da polícia civil para as devidas providencias legais.

Ao tomar conhecimento das imagens publicadas, a Polícia Militar instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar os fatos e ainda determinou o afastamento das atividades operacionais, do policial militar envolvido na abordagem.

A Polícia Militar reforça que não compactua com qualquer tipo de excesso e que o caso está sendo apurado com o devido rigor.”

Já a Polícia Civil de Goiás informou que está “tomando as medidas cabíveis para esclarecimento dos fatos”. Veja abaixo:

“NOTA

A Polícia Civil de Goiás informa que tomou conhecimento dos fatos alegados pelo advogado conduzido à Central de Flagrantes. Está tomando as medidas cabíveis para esclarecimento dos fatos e, se necessário, comunicará a Corregedoria da Polícia Civil para as devidas providências.”