BRASÍLIA

Bolsonaro diz que tem confiança absoluta em Paulo Guedes: ‘não faremos nenhuma aventura’

Após se reunir com Paulo Guedes na sede do Ministério da Economia, na tarde desta…

Guedes divulga lista com mais de 700 imóveis da União para vender
Presidente Jair Bolsonaro e ministro Paulo Guedes em coletiva nesta sexta (Foto: Reprodução - Globonews)

Após se reunir com Paulo Guedes na sede do Ministério da Economia, na tarde desta sexta-feira, o presidenite Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou a jornalistas que tem confiança absoluta no ministro e que ele continua no cargo. “Eu tenho confiança absoluta nele. Ele entende as aflições que o governo passa”, disse, no Ministério da Economia, ao lado de Guedes.

As tais aflições a que o presidente se referiu dizem respeito ao teto de gastos públicos. Bolsonaro exigiu do ministério que encontre fontes de financiamento para pagar R$ 400 aos beneficiários do programa Auxílio Brasil (lançado na última quinta) e paga custear um ‘auxílio-diesel’ com o mesmo valor para caminhoneiros, que ameaçam entrar em greve no dia 1º de novembro.

O governo não tem condições de arcar com esses custos sem estourar o teto de gastos públicos. O teto foi estabelecido por uma emenda constitucional de 2016 e a regra é a de que a União só pode aumentar os gastos no limite da inflação acumulada no ano anterior. A sinalização de que essa regra será subvertida está causando turbulências no mercado e alta no dólar. Há o receio de que as medidas patrocinadas por Bolsonaro forcem a inflação para cima.

Nessa sexta, Bolsonaro também defendeu o auxílio de R$ 400 e disse que não haverá aventuras. “Esse valor decidido por nós tem responsabilidade. Não faremos nenhuma aventura, não queremos colocara em risco nada no tocante à economia”.

O ministro reconheceu o ritmo de ajuste fiscal vai cair. “Nós vamos reduzir o ritmo do ajuste. Que seja um déficit de 1% (do PIB ), não faz mal. Preferimos tirar oito no fiscal e atender os mais frágeis. O arcabouço fiscal continua. Eu seguro isso”.

Guedes disse que a decisão de um auxílio de R$ 400 foi tomada após pressão da ala política enquanto ele estava nos Estados Unidos, participando de reunião do FMI.

“Enquanto eu estou lá fora, naturalmente a política começa a sacudir. Aí começa uma aparente briga entre a ala política e a ala econômica. Tem uma ala política que pede um auxílio de R$ 500, R$ 600. E tem uma ala econômica que diz que o teto é até R$ 300. Ora, deve haver uma linha do meio. O presidente traçou a linha, com R$ 400”, disse.

Ele afirmou também que não há espaço para algo além de R$ 400. “Eu tenho que tomar a responsabilidade de dizer que até aqui dá. Se for para R$ 500, R$ 600, esquece, aí não dá mesmo”.

Guedes afirmou que houve um “colapso” na comunicação do governo com o assunto que fez parecer que havia uma guerra. Ele disse que a saída dos secretários Bruno Funchal e Jeferson Bittencourt (que aconteceu ontem) é natural. “Nós entendemos os mais jovens que dizem que a linha é aqui. Nós entendemos a política que diz que não vai deixar milhões passarem fome para tirarem 10 em política fiscal”, afirmou. “Os nossos secretários que pediram para sair é natural”.