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Delegado do Rio é acusado de armar falso flagrante para Eduardo Paes

O delegado Maurício Demétrio Afonso Alves, que atua no Rio de Janeiro, é acusado por…

Delegado do Rio é acusado de armar falso flagrante para Eduardo Paes
Delegado do Rio é acusado de armar falso flagrante para Eduardo Paes (Foto: reprodução - TV Globo)

O delegado Maurício Demétrio Afonso Alves, que atua no Rio de Janeiro, é acusado por promotores do Ministério Público do Estado (MP-RJ) de tentar armar um falso flagrante para o prefeito da capital carioca, Eduardo Paes. De acordo com a reportagem do Fantástico, da TV Globo, o objetivo era influenciar nos resultados das eleições de 2020.

Segundo a matéria, ele estaria à frente de duas operações falsas. Além do flagrante contra Eduardo Paes, ele ainda planejou que drogas fossem plantadas pela Corregedoria da Polícia Civil que tinha aberto uma investigação contra ele.

Maurício também era acusado de criar dossiês com dados sigilosos. Ele era ex-titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) e está preso desde junho deste ano.

A matéria evidenciou que, em 23 de novembro de 2020, às vésperas do segundo turno das eleições municipais, o delegado, por intermédio do advogado Thalles Wilhagen Camargo, fez chegar ao conhecimento do delegado Polícia Federal Victor Cesar Carvalho dos Santos a informação de que, no dia seguinte, um portador entregaria dinheiro de origem desconhecida a Paes.

Ainda nas mensagens, Maurício mandou fotos dos supostos envelopes que seriam entregues, com notas de R$ 50 e R$ 100. Porém, a corporação descobriu que foi o próprio delegado quem tirou foto com um dos 12 celulares que possui. Em depoimento, Victor disse que desistiu das operações ao saber quem era fonte. Paes não quis comentar o assunto.

Em junho de 2021, foi deflagrada a operação Carta de Corso1, que permitiu desvendar a organização criminosa chefiada por Maurílio. Além disso, ele foi acusado de comandar um esquema que exigia propina de lojistas da Rua Teresa, em Petrópolis, para permitir a venda de roupas falsificadas. Por causa disso, foram apreendidos R$ 240 mil em dinheiro, 13 celulares e três carros de luxo blindados na casa do delegado.

Celulares apreendidos ajudou polícia chegar ao falso flagrante contra Eduardo Paes

Através dos conteúdos dos celulares apreendidos e das buscas e apreensões, os promotores descobriram outras tentativas de extorsão e chantagens que teriam sido cometidas pela quadrilha. Nessa nova fase, constataram que o delegado, utilizando-se de policiais, inclusive Adriano da Rosa, preso este semana, fazia uso abusivo dos sistemas de consulta da Polícia Civil.

Entre as vítimas, de acordo com o Fantástico, estão o ex-presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Zveiter, e sua mulher, Gabriela Brito Zveiter, assim como Glauco Costa Santana, filho da promotora Gláucia Santana.

Zveiter e Gláucia não quiseram comentar o caso. O advogado do delegado disse que o cliente nunca foi chamado ao Ministério Público para esclarecer quaisquer fatos sobre o assunto. A defesa de Adriano não foi localizada.

*Com informações do O Globo