CONTROVÉRSIAS

Em pronunciamento, Queiroga defende vacinação e apela para que pessoas tomem a 2ª dose

Em pronunciamento em rede nacional de televisão, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu resultados…

Ministro também exalta presidente, que tem histórico de questionar eficácia de imunizantes
Ministro também exalta presidente, que tem histórico de questionar eficácia de imunizantes (Foto: reprodução/ TV Globo)

Em pronunciamento em rede nacional de televisão, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu resultados da campanha de vacinação do governo federal, atribuiu o avanço do plano ao presidente Jair Bolsonaro e fez um apelo para que pessoas que estão com a segunda dose em atraso busquem postos para concluir sua imunização.

O ministro classificou de “sucesso” a campanha de vacinação do país, reafirmando as promessas de que a população adulta no Brasil estará vacinada com a primeira dose até setembro e com o esquema vacinal concluído até o final do ano.

Em dois momentos, ele atribuiu a Bolsonaro a orientação para que o governo promovesse uma estratégia eficiente de vacinação.

O mandatário tem um histórico de declarações que questionam a eficácia de imunizantes e chegou a determinar, no ano passado, que o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, cancelasse uma parceria para aquisição da Coronavac —chamada por ele de vacina chinesa de João Doria.

Além do mais, o governo federal ignorou durante meses ofertas da farmacêutica Pfizer para o fornecimento de doses. O contrato com a empresa foi fechado apenas em março. A demora em assinar , assim como negociações mais rápidas para outros imunizantes mais caros à época, são hoje um dos alvos da CPI da Covid.

“O Ministério da Saúde, conforme determinação do presidente da República, promoveu estratégia diversificada de acesso a vacinas”, disse Queiroga no pronunciamento, citando como exemplo dessas estratégias contratos com empresas e a adesão ao consórcio Covax Facility, da Organização Mundial de Saúde.

O governo, no entanto, optou por aderir a um volume menor de doses no consórcio, ponto que também tem sido questionado na CPI.

Em outro momento, Queiroga voltou a exaltar o papel do presidente.

“Destaco, em especial, a celebração do contrato de transferência de tecnologia entre a Fiocruz e a AstraZeneca, que permitirá a produção completamente nacional das vacinas. Trata-se de um resultado tangível da aposta exitosa do presidente Jair Bolsonaro na promoção do acesso de todos brasileiros a vacina contra a Covid-19”, disse o ministro, que citou ainda a marca de 100 milhões de brasileiros já vacinados com uma dose.

“Hoje podemos nos orgulhar do sucesso da nossa campanha de imunização”, afirmou.

Dados do consórcio de veículos de imprensa mostram que, até o momento, 63,3% da população adulta já recebeu ao menos uma dose da vacina contra a Covid, e 24,5% receberam as duas doses.

Ainda no pronunciamento, Queiroga fez um apelo para que pessoas que já têm recomendação de receber a segunda dose vão aos postos de vacinação.

“Por fim, dirijo-me aos brasileiros com segunda dose em atraso. Peço que busquem imunização nos postos pois sua imunização só estará completa após completar a conclusão do esquema vacinal”, disse.

Dados divulgados pela Saúde no início deste mês apontavam que cerca de 3,5 milhões de pessoas que receberam a primeira dose ainda não tinham voltado para tomar a segunda. O ministro não deu dados atualizados.